O Cogent é uma rede internacional de germoplasma de coco vinculado ao Instituto Internacional de Recursos Genéticos de Plantas (IPGRI) e à Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo o pesquisador Evandro Tupinambá, a criação do BIG possibilitará, além do intercâmbio técnico-científico entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros, a ampliação da variabilidade genética do coqueiro. “Passaremos a desenvolver pesquisas com cem variedades de coco ao invés das 19 com as quais trabalhamos hoje”, explica o pesquisador.

Na tarde de quinta-feira, o coordenador se reunirá com pesquisador Evandro Tupinambá, com o chefe-adjunto de Comunicação e Negócios da Unidade, Edson Bolfe, e com o pesquisador da Cooperação Internacional da Embrapa e representante do Brasil no Comitê-Executivo do Cogent, Alexandre Cardoso.

Na sexta-feira (20), o grupo visitará o Campo Experimental. “A expectativa com relação à assinatura do convênio é grande porque as negociações estão bem adiantadas. Esta parceria significará a ampliação do Banco Nacional de Germoplasma de Coco que já existe naquele local”, informou o pesquisador e coordenador do Campo Experimental, Evandro Tupinambá.

Com a gama de variedades é possível desenvolver vários estudos que podem resultar na geração de novos híbridos, aumentar a produção e agregar valor à cultura do coco como, por exemplo, a produção de açúcar, óleo virgem e biodiesel. Tupinambá informa que existe uma grande demanda do coco pelo setor alimentício. “Estudos médicos mostram que nos países onde o óleo de coco é consumido, a incidência de problemas cardíacos é menor” diz o pesquisador acrescentando que a área destinada para o BIG será de 100 hectares. As negociações para a implantação do BIG iniciaram em 1999.

Reserva natural – O Campo Experimental de Itaporanga, onde será implantado o BIG de Coco, tem 1.032 hectares sendo que uma área com 860 hectares está prestes a receber o certificado de Reserva Particular de Proteção Natural (RPPN) do Ibama. A fazenda do Caju, hoje campo experimental, foi adquirida pela Embrapa, em 1979, para a implantação de trabalhos de pesquisas com coqueiro.

Desde 2000, o campo vem sendo estruturado para receber o BIG e para abrigar um centro de referência em educação ambiental, em parceria com o Ibama/Sergipe. “A vegetação formada por mata atlântica, restinga, mangue e a presença de garças e pássaros diversos, possibilita o desenvolvimento de ações voltadas ao meio ambiente”, observa Evandro Tupinambá.

Há cerca de dois anos foi descoberto um sítio arqueológico na área do campo experimental. O pesquisador João Bosco Gomes encontrou diversos pedaços de cerâmicas durante a realização de estudos de análises de solo. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) confirmou a existência do sítio e o material foi encaminhado para o Museu do Homem, em Aracaju.

Ainda neste semestre, uma parceria da Embrapa Tabuleiros Costeiros – Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – e a Universidade Tiradentes permitirá a realização de prospecção para verificar a extensão do sítio e a existência ou não de outros materiais.