Servidores do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) fizeram um protesto na manhã desta quarta-feira, 15, na unidade da instituição no bairro Siqueira Campos, em Aracaju. Eles reclamam da falta de servidores públicos concursados para atender às demandas do INSS e criticam a iniciativa do governo federal em convocar militares do Exército Brasileiro que já estão na reserva para substituir uma parcela dos servidores da previdência social que já está aposentada.
Por falta de servidores, são formadas grandes filas nas unidades e também entre aqueles que aguardam resposta do INSS para a concessão de benefícios. Na ótica do coordenador geral do Sindicato dos trabalhadores da Previdência Social, Saúde e Trabalho no Estado de Sergipe (Sindiprev/SE), Joaquim Antonio Ferreira, a alternativa, já que não é possível o concurso público de forma imediata, seria a requisição dos próprios servidores do INSS que se aposentaram recentemente para dar suporte e agilizar as demandas que aumentam a cada momento na instituição.
Uma medida, conforme frisou, que aproveitaria a experiência e o conhecimento das pessoas que sempre atuaram na área. “O governo de Bolsonaro [Jair, o presidente da República] quer trazer a força do Exército que nunca trabalhou com direito previdenciário”, diz o sindicalista. “É uma atitude mais política do que de resultados”, conceitua.
Sem concurso
O sindicalista alerta que o caos no atendimento é consequência da falta de concurso público para substituir os servidores que se aposentaram nos últimos anos. Segundo seus cálculos, em Sergipe, o INSS mantinha 800 servidores, que ficou reduzido a pouco mais de 300 em função das aposentadorias. “Virou um caos”, diz. Ele avalia que, no Brasil, o número de servidores no INSS caiu dos 40 mil para apenas 23 mil. “Chegou a esse absurdo por falta de concurso público”, observou. Ele assegura que, desde 2015, não se faz concurso público.
O vereador Isac Silveira (PC do B), que é servidor da instituição, esteve presente ao ato dos servidores e criticou a política do governo federal. “A política implementada pelo atual governo é de total desmonte do serviço público”, conceituou o parlamentar. “É um absurdo o que estamos vendo em todo o Brasil. Nós estamos falando de uma instituição que cuida das aposentadorias, das pensões, dos auxílios doença, de invalidez, ou seja, das políticas públicas que garantem a sobrevivência dos brasileiros”, expôs Isac, que também não concorda com a convocação dos militares do Exército.
INSS
A assessoria de imprensa do INSS informou que não se manifestará quanto à requisição dos militares por se tratar de uma decisão de governo e que ficará aguardando os desdobramentos que devem partir da cúpula, em Brasília. Quanto ao número de solicitações de benefícios, feitas em Sergipe, que ainda estão em análise não foi possível precisar o quantitativo porque esses requerimentos estão em fila única entre outros pedidos formalizados na região Nordeste, conforme esclarecimentos da assessoria de imprensa.
No ano passado, o INSS concedeu 40.439 benefícios a trabalhadores sergipanos, entre aposentadorias, amparos, auxílios e pensões. No mesmo período, 39.734 pedidos foram indeferidos, segundo informações da assessoria de imprensa do INSS em Sergipe.
por Cassia Santana
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