“Vamos avançar!”, foi assim que o secretário de Estado da Cultura, Luiz Alberto, caracterizou a inauguração do Setor Braille da Biblioteca Pública Epifânio Dórea na manhã desta terça. A proposta de surgimento desta área, como ele próprio atentou é “um passo um pouco atrasado, mas qualitativo”. O setor surge como portas para a leitura literal de obras clássicas tanto nacionais como internacionais voltadas para deficientes visuais. 
Salas especiais
Dos tipos disponíveis encontram-se modelos em formatos grafados em braille, à tinta, e sonoros (que servirá para aqueles cuja visão é extremamente reduzida). Todos estes tipos contarão com a participação de um mediador para auxiliar no manuseio. “Esse serviço tem que estar disponível em toda rede pública. O acesso tem que estar em todos os níveis sociais. Essa iniciativa existe em todo país já há algum tempo. A luta por este oportunidade já dura mais de dez anos”, diz Ana de Fátima Aribé Alves, mãe de um filho portador da deficiência.
O filho, Lucas Aribé, músico e estudante de jornalismo, disse que a importância do surgimento deste setor eleva a liberdade a todos os portadores. E explica como foi todo processo desde a primeira carta enviada ao Governo do Estado até a criação deste modelo de aprendizagem na Biblioteca Clodomir Silva em novembro de 2003. “Em 1997 enviei cartas à Prefeitura e ao Governo para solicitar a instalação. Vim algumas vezes na Epiphânio mas como não tive material para estudar decidi então pedir espaço para o acesso à pesquisa”, diz. 
Deficientes ganham novo espaço de leitura
Entre os títulos existentes na biblioteca, doados pelas fundações Benjamim Constant e Dorina de Gouvêa Nowill desde a década de 70, e acumulados com o passar das décadas, estão 263 livros. Divididos em: 45 volumes literários; 86 infanto-juvenil; 20 didáticos; 14 volumes jurídicos; 88 falados; e 10 inclusos na área de diversos.
