Sidney Guarany diz que não há provas de que ele aparece nas imagens (Foto: Portal Infonet) |
Após o alvará de soltura que determinou a liberação dos nove agentes de medida socioeducativa que atuam no Centro de Atendimento ao Menor (Cenam), o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança e de Medidas Socioeducativas (Sindasse), Sidney Guarany concedeu uma entrevista coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira, 19.
Os agentes foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelo crime de tortura e facilitação de fuga, com base em filmagens feitas pelo sistema interno da unidade, no dia 17 de setembro de 2014, durante um princípio de rebelião e a acusação é de que os internos foram "espancados". Na ação, Sidney Guarany também foi um dos agentes que foi detido, sob a argumentação de facilitar a fuga.
Durante a entrevista coletiva, Sidney Guarany, contesta as afirmações argumentando que o MPE cometeu equívocos ao pedir a decretação da sua prisão durante o processo. “Inicialmente o pedido de decretação das nossas prisões preventivas foi embasado pelo MP ao juízo porque nós supostamente estaríamos dificultando o processo por facilitar fuga, no entanto, isso não corresponde a realidade. Houve um equívoco do MP. O MP coloca que sou eu que estou presente em um momento tal, mas nossos advogados já viram e reviram várias vezes os vídeos e em nenhum momento eu estou presente na suposta ação que houve excesso. O pedido da decretação da minha prisão é também como se eu tivesse sido omisso nessas fugas. Em nenhum momento eu estou nas imagens e não há relatos de internos que eu tenha participado da ação. Tenho oito anos na Fundação Renascer e não consta em qualquer relatório que eu tenha desrespeitado o direito dos adolescentes”, afirma.
Apuração de torturas
Segundo Sidney Guarany, o que se deve apurar é se houve ou não excessos por parte de alguns dos agentes citados na ação. “Aquela rebelião iniciou-se porque estava faltando água na unidade fato que acontece de maneira corriqueira e segundo os internos foi por isso que eles se rebelaram. O que existe nos vídeos é uma ação dos agentes, eu não estava presente, mas posso falar pelo que me foi relatado. Um dos internos sai normalmente, porque segundo os agentes, se deixasse os internos nas alas nós teríamos mais uma rebelião de grandes proporções. Os internos já tinham tocado fogo nos colchões, entupido os cadeados exatamente para que não os retirássemos e não separasse ele dos outros. Um interno desce tranquilamente e a imagem é bem clara quanto a isso, já o outro foi necessário empregar a força para retirá-lo da ala. Se houve excesso ou não nessa ação que seja apurado. Não estou aqui para dizer que houve ou não até porque eu não estava presente”, afirma.
O próximo passo dos agentes será realizar uma interpelação junto ao juiz que proferiu a sentença decretando a prisão dos agentes. Até o fim do processo, os agentes continuam afastados das suas funções na unidade.
MPE
A equipe do Portal Infonet entrou em contato com a assessoria de comunicação do MPE que informou que vai averiguar a situação e ver se pretende ou não se manifestar sobre a questão. Continuamos à disposição pelo 079 2106-8000 ou pelo jornalismo@infonet.com.br.
Por Aisla Vasconcelos
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