A decisão anunciada pelo Governo Federal de atrelar o aumento do salário mínimo ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) provocou surpresa e estranheza entre alguns sindicalistas. Conforme informou o Governo brasileiro, a medida seria incorporada ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2006.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE), Antônio Carlos Góis, com esta medida o Governo Federal pretende evitar desgastes políticos com a discussão do reajuste do salário mínimo, fato que têm ocorrido ano após ano. Contudo, na opinião de Góis, tal iniciativa não garante a recuperação do poder aquisitivo do salário mínimo. “O critério é até mesmo capaz de fazer com que a remuneração permaneça achatada, na hipótese do recuo do PIB em relação ao crescimento da população” disse.
Góis informou que, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), o valor do salário mínimo necessário para suprir as necessidades vitais básicas do trabalhador e sua família, de forma a cumprir o determinado no Artigo 7º, inciso IV da Constituição Federal, deveria ser atualmente de R$ 1.400,00. “A recuperação do mínimo induz a recuperação do poder de compra de diversas categorias profissionais cujas as remuneração são vinculadas a ele, contribuindo, desta maneira, de forma significativa para a recuperação da economia”, declarou Góis.