Sindicato diz que presos pagam R$ 700 por visita íntima

Agentes mobilizados em frente ao presídio (Foto: Arquivo / Portal Infonet)

O vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Servidores da Secretaria da Justiça (Sindpen-SE), Marcelo Soares, afirmou, nesta segunda-feira, 2, que, por motivo da lotação nos presídios sergipanos, há presos que estão pagando R$ 700 para outros internos para terem direito a uma visita íntima. Os agentes continuam paralisados por tempo indeterminado.

"Com a cadeia muito cheia, há um comércio de tudo que se possa imaginar. Um deles é o comércio de espaço. Detentos que querem a visita íntima são extorquidos para outros internos. Alguns estão pagando até R$ 700 a outros internos, para terem uma visita íntima. Para pagar esta visita, muitos têm que traficar ou se virar para ter a grana. Isto retroalimenta o tráfico. Inclusive, mulheres são estupradas e usadas como moeda de troca dentro da cadeia”, denuncia o vice-presidente do Sindpen ao destacar que as informações partem de familiares e circulam nas unidades.

Ainda de acordo com Marcelo Soares, os agentes cruzaram os braços para reivindicar a correção salarial e a melhoria das condições de trabalho. "Estamos descontentes com as nossas condições de trabalho. Os rádios comunicadores funcionam somente dentro dos presídios, mas não funciona entre as unidades. Em situações de perigo, quando precisamos de reforço, acionamos as outras unidades através do whats app", destaca.

Marcelo coloca que a paralisação é por tempo indeterminado, já que o governo não cumpriu com o acordo. "Estamos realizando somente os serviços internos nos presídios. As remoções e todos os trabalhos que são externos estão paralisados. Estamos reivindicando uma correção salarial, que está defasada desde 2009. O outro ponto em questão é em relação as condições de trabalho. A situação está caótica e o governo não sentou para dialogar com a categoria”, acrescenta.

Sejuc

O assessor de comunicação da Secretaria da Justiça e Defesa do Consumidor (Sejuc), Marinho Tiba, informo ao Portal Infonet que o órgão não tem conhecimento do comércio da espaços dentro das unidades prisionais. Ainda de acordo com o assessor, se o fato é de conhecimento do Sindpen, este deve informar à Sejuc de forma oficial e documental, para que seja aberta uma sindicância no intuito de apurar os fatos.

Sobre a paralisação, Marinho Tiba afirma que a movimentação da categoria é ilegal, segundo a justiça de Sergipe. “O governo fez uma proposta e depois eles apareceram com outra contraproposta com valores maiores. Alguns agentes poderão ser penalizados por conta desta paralisação”, finaliza.

Por Geilson Gomes e Verlane Estácio

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