Situação das famílias em galpão ainda é crítica

Centenas de pessoas moram em condições desumanas
Terminou na última terça-feira, 31, o prazo dado pelo Ministério Público Estadual (MPE) à Secretaria do Estado da Inclusão e do Desenvolvimento Social (Seides) para a mudança das 120 famílias que vivem em um galpão na Rua Amapá, no bairro Siqueira Campos. As famílias aguardam a construção das casas prometidas pelo Governo do Estado, no Conjunto Marcos Freire I.

No galpão, as famílias sofrem com as condições subumanas de moradia. Cerca de 80 crianças brincam nas áreas do galpão, entre ratos e baratas e uma fossa a céu aberto. No último mês, representantes da Deso estiveram no local para melhorar a rede de esgoto.

Fossa de esgoto põe em risco saúde das famílias
Além disso, o Corpo de Bombeiros esteve no galpão para criar um abrigo de incêndio e colocar extintores em locais estratégicos, porém a situação ainda continua drástica.

‘Governo está empurrando com a barriga’

De acordo com o representante dos moradores do galpão, Paulo Sérgio, a Seides afirmou que, em breve, seria construída uma cozinha comunitária, mas nada ainda foi feito. “Parece que a secretaria está ‘empurrando com a barriga’, porque eles tiveram muito tempo para mudar as famílias e deixaram tudo em cima da hora”, diz Paulo.

O representante dos moradores Paulo Sérgio
O representante afirma que, segundo a Seides, as casas prometidas ainda vão ser construídas. “Todas essas propostas ainda estão no papel, o que mostra que a Seides não está interessada em agir. Ainda esperamos a cozinha comunitária, a área da lavanderia e os 16 banheiros”, afirma Paulo, que diz que, atualmente, apenas dois banheiros estão disponíveis para as famílias.

Troca de farpas no Governo

De acordo com a secretária  de Inclusão, Ana Lúcia, o Ministério Público não vai exigir que as famílias sejam retiradas se não houver para onde

Ana Lúcia: “É preciso cobrar agilidade da Cehop” / Foto: Arquivo Infonet
levá-las. “É preciso cobrar da Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop) maior agilidade no processo de conclusão do projeto de infra-estrutura”, declara Ana Lúcia.

Já o diretor da Cehop, Joelson Hora, diz que o órgão está assumindo com recursos próprios uma responsabilidade que deveria ser da Seides. “Como a secretaria demorou em assumir isso, estamos pagando os projetos de infra-estrutura, que já estão em fase final e devem entrar em processo de licitação na próxima semana”, declara o diretor.

Seides procura soluções  provisórias

 Até a construção das novas casas, que, de acordo com a

Hotel abandonado pode ser solução temporária
Cehop, devem ser construídas em seis meses, a Seides procura outros espaços para a mudança das famílias. Entre as possibilidades, a secretária apresenta dois outros galpões e o Hotel Serigy, um prédio abandonado no centro da cidade.

“Buscamos alternativas dentro dos limites da cidade, que é reduzido. As opções de mudança de parte das famílias para outros locais devem ser provisórias, até a construção das casas no terreno doado pela Deso”, afirma Ana Lúcia, ao citar o terreno no Conjunto Marcos Freire I, em Nossa Senhora do Socorro.

Por Domingos Lessa e Carla Sousa

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