SMS registra mais de 170 casos de violência contra a mulher este ano

A responsável técnica do Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes (Nupeva), Lidiane Gonçalves (Fotos: Ascom/Assistência Social)

Mais de 170 casos notificados de violência contra a mulher foram registradas em Aracaju apenas este ano. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e de acordo com o Núcleo de Prevenção de Violências e Acidentes, os bairros com maior número de notificações são o Santos Dumont e o Santa Maria. Os números chama atenção para o Agosto Lilás, campanha nacional de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.

“Normalmente, os números tendem a aumentar nos bairros que possuem maior índice de pobreza porque a desinformação é maior, como é o caso dos bairros Santos Dumont e Santa Maria, que apresentaram um maior índice até então”, explica Lidiane Gonçalves, responsável técnica do Núcleo.

Dos 171 casos foram notificados em 2021, 53 se enquadram na Lei Maria da Penha e 55 foram autoprovocados pela própria vítima. Os dados podem ser ainda maiores, pois na maioria das vezes, as vítimas acabam não fazendo a denúncia. “Muitas vezes, o profissional acaba não percebendo os sinais, a mulher acaba não contando sobre a agressão e tudo isso influencia diretamente nos nossos dados. A gente sabe que existe muito mais mulheres por aí passando por algum tipo de violência”, relata.

SMS tem realizado ações alusivas ao Agosto Lilás 

Em 2020, ano de pandemia, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Vigilância de Violências e Acidentes (SINAN/VIVA) registrou 341 casos somente na capital. “Nos impressionamos com o quantitativo de 2020, porque foi maior que o de 2019. Como é um período de pandemia, a gente achou que essas mulheres estariam ainda mais coibidas de procurar uma unidade de saúde ou um agente de saúde e relatar, mas foi justamente ao contrário. Isso nos abriu ainda mais os olhos para o próprio agressor, pois as mulheres passaram a conviver muito mais com ele e esse aumento se deve justamente a isso”, afirma.

Ações e suporte

Ações educativas de conscientização vêm sendo realizadas na capital em alusão ao Agosto Lilás, com o objetivo de não só incentivar a denúncia, mas também de conscientizar os homens acerca da temática. A campanha visa alertar também que além da física, existem as violências psicológica, patrimonial e econômica, moral e sexual.

Lidiane ressalta que a capital possui uma rede de assistência que vida dar suporte, do ponto de vista da saúde física e mental , às vítimas.

“Existe hoje toda uma rede de assistência para dar apoio a essas mulheres, sempre buscando as melhores formas de cuidar delas, através de uma rede de proteção. Possuímos Unidades Básicas de Saúde (UBSs), duas Urgências e Emergências, um Centro de Especialidades Médicas (CEMAR) e seis Centros de Atenção Psicossocial (Caps) no serviço público municipal. E como referência estadual em  Aracaju, temos o HUSE (Hospital de Urgências de Sergipe) e a MNSL (Maternidade Nossa Senhora de Lourdes), que dão esse suporte”, detalha.

Denúncias

Qualquer pessoa pode denunciar por meio do 180 (Disque Denúncia sobre Violência contra a Mulher) ou ainda através do Disque 181 (Disque Denúncia da Polícia Civil em Sergipe), assim como também no Disque 100 (Direitos Humanos, que contempla violência contra criança, adolescente, pessoa idosa e vítimas de violência doméstica) e até no Disque 190, que já indica urgência policial. 

Por Luana Maria e Verlane Estácio

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