Somese denuncia abuso de autoridade

A Sociedade Médica de Sergipe (Somese) denunciou ontem um caso de abuso de autoridade cuja vítima teria sido um médico obstetra, que trabalha na Maternidade Hildete Falcão. De acordo com a instituição, o policial militar Everton Messias teria, de forma despropositada, algemado e levado o médico Valter Andrade de seu local de trabalho em uma viatura.

O presidente da Somese, Roberto Queiroz Gurgel, explicou que o policial chegou a maternidade acompanhando sua esposa e que de pronto o obstetra Valter Andrade procedeu ao atendimento. Em seguida, o médico teria prescrevido o medicamento adequado e liberado a paciente para que ela pudesse voltar para casa. De acordo com Gurgel, foi aí que o problema começou.

“Ele fez o atendimento adequado e dentro das norma de seguranças. A paciente não tinha nenhum motivo para ser internada e ela entendeu isso. O marido foi quem praticou uma abuso tremendo de autoridade, colocando em risco outras vidas: as das pacientes que Valter estava atendendo. E isso por julgamento da conduta dele próprio”, explicou Gurgel.

Para o presidente da Somese, este tipo de acontecimento é inconcebível em uma sociedade democrática. “Ele abusou da farda e colocou uma instituição (a maternidade) em risco. O médico não procedeu da forma errada, a paciente foi avaliada por três colegas diferentes que compartilharam da mes opinião do Valter. O policial é que queria que ela ficasse internada”, continuou o presidente da Sociedade Médica.

Gurgel, por questões éticas, não revelou o diagnóstico da paciente, mas garantiu que o caso era uma questão relativamente simples dentro do campo da obstetrícia. “Ela não corria nenhum risco iminente”, disse o presidente da Somese, assegurando que nunca viu um caso de abuso dessa magnitude. “Toda a classe médica está indignada. Valter é um médico com 25 anos de profissão. É um profissional ético e devotado ao serviço público”, afirmou Gurgel.

Segundo o presidente da Somese, o médico não chegou a ser conduzido a delegacia. “No trajeto, o soldado começou a dialogar com o sargento que estava na viatura e eles resolveram voltar para solicitar outra opinião”, contou Gurgel, acrescentando que ontem mesmo a entidade acompanhou o medido à Ouvidoria e a Corregedoria da Polícia Militar para que providências sejam tomadas.

PM – De acordo com o corregedor da Polícia Militar, coronel Gilson Vicente do Nascimento, o caso está sendo apurado. “Ontem o médico se dirigiu a Ouvidoria da PM e registrou reclamação. O processo saiu de lá, veio para as minhas mãos e eu já encaminhei para o Comando Geral da corporação, que vai abrir um Inquérito Policial Militar para apurar o acontecimento”, declarou o coronel.

O corregedor explicou, ainda, que o Comando irá destacar um encarregado para o inquérito. Este irá emitir um tipo de relatório da situação que será encaminhado à Justiça Militar. “Quem vai tomar uma posição sobre o caso é a Justiça Militar. O que a PM tem que fazer é abrir o inquérito para averiguar o que ocorreu”, disse o corregedor, acrescentando que “se ele cometeu um crime, cometeu um crime militar, pois estava de serviço e fardado na hora”.

Vincente finalizou informando que o prazo o máximo determinado pela lei para que o inquérito seja concluído é de 45 dias. “Mas com certeza o encarregado do inquérito vai conseguir apurar em  menos tempo. Não é um caso difícil de se tomar parte dos fatos. Acredito que em menos de um mês o encarregado deve encaminhar o processo à Justiça Militar”, avalia.

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