Coleta de impressões digitais para identificar presos (Fotos: Ascom SSP/SE) |
Neste ano, mais de 80 presos, acusados por variadas práticas criminosas, utilizaram nomes falsos no momento da prisão em flagrante. A falsificação foi constatada pelos papiloscopistas da Divisão Criminal do Instituto de Identificação do Estado de Sergipe, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Segurança Pública. Os acusados utilizaram nomes de pessoas inocentes, geralmente familiares, no momento da prisão, como forma de evitar os processos criminais, mas a farsa foi descoberta e as correções feitas nos procedimentos judiciais, conforme informações da assessoria de imprensa da SSP.
Um dos casos que chamou a atenção foi destacado pelo Portal Infonet. Um jovem foi flagrando dançando e pulando em cima de uma viatura policial no dia 10 deste mês e quando foi autuado em flagrante por danos se identificou, usando o nome de um primo. A própria família procurou o Portal Infonet para fazer a observação e a SSP acabou constatando o equívoco na identificação do acusado e fez a correção no processo judicial, que ainda tramita com o nome do primo do verdadeiro acusado.
Em setembro deste ano, um integrante de uma milícia do Rio de Janeiro foi preso em Sergipe durante uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF) com um veículo roubado e se apresentou com a identificação de um familiar. Conforme a SSP de Sergipe, durante a realização do flagrante no Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope), a autoridade policial desconfiou da identificação apresentada e, graças ao exame papiloscópico, descobriu-se a farsa.
Papiloscopistas colhem digitais em unidades prisionais |
A SSP adverte que, se não fosse o trabalho realizado pela equipe do Instituto de Identificação, o suspeito Habdalla Nascimento de Souza, o "Bibi", que estava com preventiva decretada acusado por participação do assassinato de um cadete do Exército no ano passado, poderia ser colocado em liberdade, enquanto o irmão dele acabaria processado.
Estatística
Entre os meses de janeiro e novembro deste ano, a Divisão realizou 3.004 identificações criminais, verificadas 7.350 fichas de antecedentes para efeitos judiciais e para os procedimentos de investigações nas delegacias de polícia e realizados 1,2 mil cadastros criminais, conforme a estatística da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
O papiloscopista Jenilson Gomes destaca a importância deste trabalho no suporte às investigações da Polícia Judiciária e também os efeitos durante a tramitação do processo judicial. Conforme explicou, através da realização da identificação criminal é que se pode, a princípio, comprovar a identidade do preso. "Quando a autoridade judiciária levanta suspeita sobre a identificação de um suspeito é solicitada a identificação criminal dele", explicou.
O papiloscopista ressalta que, em alguns casos, na tentativa de burlar a polícia e escapar de um novo processo, pessoas com antecedentes criminais acabam se apresentando com nome de familiares. "Elas escolhem pessoas próximas, em especial parentes, por terem informações privilegiadas, ficando assim mais fácil de montar a farsa", observa Jenilson Gomes.
Jenilson Gomes explica que, quando solicitado pela autoridade policial ou judicial, o papiloscopista vai na delegacia ou unidade prisional realizar a coleta das impressões digitais do suspeito. Antes, o acusado era conduzido para o Instituto de Identificação. As alterações neste procedimento, segundo o papiloscopista, evita constrangimentos. "Isso deixa a prestação do serviço mais humanizada. Antes, o preso era levado até a sede do Instituto, gerando constrangimento para as pessoas que estavam aguardando atendimento e para o próprio interno", comenta.
Por Cássia Santana
com informações da assessoria da SSP
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