Técnico mostra dados contra a transposição

Ávila: “Falamos uma coisa, o goerno entende outra”
Logo depois do governador João Alves Filho, foi a vez do engenheiro João Ávila Guimarães Júnior refutar o projeto de transposição. O engenheiro apresentou dados técnicos a respeito do projeto que mostram sua inviabilidade. João analisou o discurso oficial e tentou desconstruir o que está sendo falado pelo governo.

 

“A grande dificuldade que encontro em debater o projeto com meus colegas é essa coisa: nós falamos uma coisa e o governo outra. Existe um projeto imaginário que é calcado na problemática da seca. Em cima deste argumento, se apresenta à população um projeto regional. Nós discordamos, não em relação ao diagnóstico, mas ao remédio”, disse.

 

E como mostrar isso para as pessoas? João disse que esse é o grande problema, pois a partir do momento em que se tenta mostrar isso, as pessoas “acham que nós estamos contra a solução do problema da seca, quando não é isso”.

 

“Um ponto importante que se fala é que hoje se joga 1% da vazão de água que não seria utilizada para nada. Ora, toda água que chega na foz, ou seja, no mar, teve um uso muito importante”, explicou o engenheiro, se referindo à geração de energia elétrica nas barragens que existem.

 

“Outro ponto que se fala é que a captação da água está sendo feita na foz”. Para o engenheiro, qualquer captação que se faça é concorrente e prejudica o rio. Além disso, a captação seria feita em Sobradinho e não perto da foz. “Se a transposição for bem–sucedida, ela vai beneficiar apenas 5% do território e o restante continuará sujeito aos mesmos problemas.

 

CEARÁ – O engenheiro disse que no Ceará, há uma situação extremamente confortável em relação à água, portanto, na visão do técnico, o Estado seria o que tem maiores condições de cuidar e sugerir resoluções para a transposição, uma vez que “o Ceará fez sua lição de casa”. Logo depois, foi falado a respeito da situação da Paraíba, baseando-se em um balanço hídrico realizado no Estado.

 

Ávila anunciou que faria uma denúncia na OAB sobre a real necessidade da obra da transposição: “Os estudos que justificam se baseiam em 60 m3/s em uma região que tem uma disponibilidade hídrica cinco vezes maior”. Ainda sobre isso, ele disse também que o estudo sobre impacto ambiental está extremamente comprometido e contraria as resoluções do Conama”.

 

Outro ponto foi a questão de se levar água até pontos mais distantes. Segundo ele, isso acaba encarecendo o produto final. Além disso, com o projeto, segundo o técnico, seria exigida uma alta demanda de energia elétrica, o que causaria um grande impacto no sistema elétrico da região. Entre muitos outros questionamentos, há ainda o impacto negativo sobre o custo da água no Nordeste setentrional.

 

Depois de João Alves, foi a vez do técnico confrontar o ministro, dizendo que os dados que a ONU utiliza como parâmetro, como a vazão dos rios, não é adequado para economias de Estados, mas para as de países.

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