Trabalhadores da Celse chegam ao terceiro dia de paralisação

Trabalhadores da Celse chegam ao terceiro dia de paralisação (Foto: Portal Infonet)

Pelo terceiro dia, os trabalhadores terceirizados que prestam serviço na construção usina termoelétrica da Celse estão de braços cruzados. De acordo com a categoria, uma série de acordos coletivos estão sendo descumpridos, além de condições precárias de trabalho e sem receber direitos.

Na manhã desta quarta-feira, 15, aconteceu mais uma manifestação na frente da usina, localizada na Barra dos Coqueiros. No total, são cerca de 600 trabalhadores parados, cobrando a concessão de benefícios, protestando contra a iminência de demissões e exigindo diálogo direto com o patronato.

Foi formada uma comissão de trabalhadores para conversar com os responsáveis da Celse. Um dos membros, Júlio César Gomes externou a insatisfação da classe. “A empresa não quer negociar. Não cumpriu o acordo coletivo. Há uma demanda grande de desemprego: vai ter um corte grande, e só queria tirar o povo sergipano. Há também a questão da PLR, que é a participação nos lucros da empresa. Só queriam dar uma parte. Estamos aqui já no terceiro dia, e não se prontificaram a conversar”.

Júlio César Gomes, membro da comissão de negociação, critica postura da empresa (Foto: Portal Infonet)

Além disso, há também o relato de que os empresários preferem designar o Sindicato dos Trabalhadores da Área de Montagem e Manutenção Industrial de Sergipe (Sindimont) para negociar pelos funcionários, algo prontamente rejeitado pela categoria. “Não aceitamos mais o Sindicato, só que eles só querem reconhecer nossa comissão com um representante do Sindimont. Não representam a massa e tentamos colocar nosso direito de negar”, frisou Júlio César.

Além destes aspectos, há outros prontos que trazem indignação para os funcionários. Eles reclamaram da alimentação, ausência de plano de saúde, jornadas exaustivas e falta de assistência. “Recentemente, a comida provocou infecção em 30 funcionários, a obra está adiantada em três meses às custas de maus tratos aos servidores, com metas exaustivas. Um colega teve bucite, ficou lesionado e praticamente perdeu o braço e ainda querem abusar, forçando filiação ao Sindimont”, reclamou.

A GE esclarece que, nesta quarta-feira, 15, apenas parte dos serviços de montagem da termoelétrica foi paralisada, que compreende os serviços sob a responsabilidade da empresa subcontratada Enesa Engenharia, com efetivo de cerca de 570 empregados. Esclarecemos que o encerramento dos contratos citados pelos manifestantes é previsto, pois se tratam de posições temporárias para instalação do projeto. Aproveitamos para esclarecer que os benefícios são discutidos e negociados diretamente com a representação legal dos empregados da Enesa, o SINDIMONT. Inclusive foi negociada a concessão de plano de saúde para os funcionários, a partir do dia 01 de setembro de 2018. Quanto ao benefício da Participação nos Lucros e Resultados, a pauta ainda se encontra em discussão com o sindicato da categoria. Em relação à alimentação coletiva do canteiro de obra, o fornecimento obedece às rígidas normas de controle industrial, fiscalizado pela vigilância sanitária.

Por Victor Siqueira

*A matéria foi alterada às 16h25 do dia 15/08 para acréscimo de nota da GE 

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