Trabalhadores da limpeza adiam paralisação de atividades

Atividades dos servidores da limpeza pública podem ser suspensas a partir da próxima terça (Foto: Arquivo Infonet)

O Sindicato dos Empregados da Limpeza Pública e Comercial de Sergipe (Sindelimp) decidiu reconsider a greve, até então marcada para iniciar nesta sexta-feira, 17, e esperar até a próxima segunda-feira, 20, para que a Cavo apresente uma previsão do pagamento referente ao mês de fevereiro e acerte outras questões relacionadas às condições de trabalho.

Nesta sexta-feira, 17, houve uma audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT) entre o Sindelimp e a Cavo, para discutir a situação do exercício profissional, caracterizado como precário pelo Sindicato. Foram colocados em pauta o acúmulo de jornadas de trabalho; a falta de intervalos para almoço e jantar; a ausência de transporte para trabalhadores noturnos; e a existência de fardamentos danificados e em número insuficiente.

“Muitos funcionários estão com uniformes rasgados, expondo partes íntimas. As luvas são impróprias, podendo fazer com que eles se cortem ou peguem alguma bactéria. A água também é insuficiente, já que um gari percorre de 20 km a 40 km por dia e temos um quadro bastante reduzido. Se a Cavo não apresentar uma solução, a partir de terça-feira, 21, será iniciado o ato paredista”, alerta Alexsandro Santos, membro do setor jurídico da entidade.

Atualmente, existem cerca de 700 trabalhadores fazendo a coleta de lixo na capital. Este número, segundo o Sindelimp, seria insuficiente para alcançar as 51 equipes previstas em contrato. Desde a última quinta-feira, 16, os funcionários voltaram a operar com 100% do efetivo nas ruas, onde, até então, só havia de 30% a 40% fazendo os serviços de coleta de lixo e varrição.

Sindelimp fala que categoria busca melhores condições de trabalho (Foto: Portal Infonet)

Contrato

O contrato emergencial da Cavo com a Prefeitura de Aracaju se encerra no dia 5 de março, e outro edital nos mesmos moldes será lançado pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).

Com isso, há a preocupação do Sindelimp em continuar com os funcionários empregados já que com a transição da Torre para a Cavo, em março de 2016, houve a demissão de cerca de 400 funcionários. “Vamos entrar com uma petição para que todos os trabalhadores sejam empregados. Se hoje está toda essa problemática, imagine quando chegar o fim do contrato. Estamos atentos, lutando até o fim”, comenta Anderson Vidal, vice-presidente do Sindicato.

Cavo

Anderson Vidal, vice-presidente do Sindelimp, comenta que categoria já se mobiliza sobre novo contrato de coleta de lixo (Foto: Portal Infonet)

Por meio de nota, a Cavo critica a iminência de greve do Sindelimp e fala dos encaminhamentos da audiência desta sexta-feira. “A Cavo informa que a maioria das reivindicações feitas pelo Sindelimp em setembro de 2016 foram atendidas. O que não foi atendido deve-se à inadimplência por parte da Emsurb verificada no ano passado, cujos valores chegam a cerca de R$ 23 milhões. Nesta sexta-feira 17, novas pautas foram apresentadas pelo sindicato e, em reunião de mediação, o Ministério Público do Trabalho deu prazo de cinco dias para a empresa se manifestar acerca das reivindicações. A Cavo lamenta que o Sindelimp anuncie uma greve às vésperas da realização de um novo contrato emergencial e não queira apoiar a limpeza urbana de Aracaju, o que prejudicará a população, uma vez que ainda não foi possível recolher todo o lixo existente na cidade. A decisão de paralisar as atividades em prazo inferior aos cinco dias é abusiva porque não foram esgotadas as negociações prévias. Por isso, com o objetivo de garantir a manutenção regular da coleta de lixo na cidade, a Cavo obteve liminar na justiça que impede o bloqueio  da garagem da empresa por parte do sindicato, de forma que os colaboradores possam sair para trabalhar e realizar a limpeza do município."

Por Victor Siqueira e Verlane Estácio