Trabalho infantil aumenta em Sergipe

O trabalho infantil aumentou em 2005 em quase todo o país. Sergipe acompanhou este crescimento. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de ocupação de crianças e jovens de 5 a 15 anos no Estado aumentou de 5,3% em 2004 para 7,8% em 2005, passando do 23º lugar no ranking brasileiro para 18º.

No Brasil, esta taxa vinha em queda há 14 anos. Em 2005, aproximadamente 2,9 milhões de pessoas nesta faixa etária trabalhavam no país. De um ano para outro, houve aumento de cerca de 120 mil, no qual o índice cresceu de 7,33% para 7,8%.

A coordenadora do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil, Roseniura Santos, ressalta que estes números refletem a preocupação dos fóruns nacional e estadual de todo o país, no qual a tendência de queda poderia influenciar nas providências para ajudar a área.

“Os números em queda são considerados pelas administrações públicas, seja, municipal, estadual e/ou federal, como um problema sob controle. Isto acaba por desmobilizar agentes públicos como também a própria sociedade”, explica Roseniura.

Ela acrescenta que os governos também não visam este assunto como pautas em seus orçamentos, e a grande maioria dos municípios de Sergipe não tem investido nesta área. “Muitas cidades só investem o que vem de recursos federais como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) que ainda á muito pouco e um paliativo”, diz.

Outro problema apontado pela coordenadora, que deve ter influenciado no aumento dos índices, é a mudança de governos municipais que, em geral, modificam todos os funcionários e retiram da administração técnicos que já foram treinados e iniciaram algum trabalho com as crianças e adolescentes da cidade.

“Nós já percebemos que toda vez que tem mudança de gestores municipais existe um recuo. Infelizmente técnicos que já foram treinados e investimentos que foram feitos são perdidos”, completa.

De acordo com Roseniura Santos, como os resultados nos últimos 14 anos estavam diminuindo, os municípios deveriam investir na rede de proteção da criança para erradicar de vez este problema. “Em Sergipe somente os municípios de Aracaju, Boquim e Itabaiana têm ações concretas de iniciativa da própria prefeitura. E o governo do Estado trata somente de qualificação”, comenta ela, acrescentando que investir na criança e adolescente é diminuir gastos da administração pública com a saúde dos futuros adultos.

Por Raquel Almeida

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