Transporte público ainda é alvo de reclamações

Filas para entrar nos coletivos (Fotos: Portal Infonet)

Apesar da retirada de cerca de 55 ônibus da linha Viação Cidade de Aracaju (VCA) por não oferecer condições mínimas de segurança, e do reajuste da tarifa de ônibus aprovada em R$ 2,45 pelos vereadores de Aracaju, a reclamação dos passageiros continuam as mesmas.

Muitos têm que acordar cedo para não chegar atrasados no trabalho e enfrentar ônibus lotados em horários de pico, sem nenhum conforto e comodidade. Entre as reclamações estão às más condições dos veículos e o baixo quantitativo de frota oferecida para suprir os trabalhadores que continuam insatisfeitos com o serviço ofertado.

No final de semana e feriado é que a reclamação aumenta, já que aos domingos e feriados os ônibus são limitados fazendo com que o passageiro espere por cerca de 1h pelo coletivo. Em média 300 mil passageiros utilizam o transporte que possui uma frota de 500 ônibus em 103 linhas, mas sem conseguir atender com satisfação os passageiros. A equipe do Portal Infonet visitou alguns pontos de ônibus situados em bairros da cidade e conversou com usuários do transporte que se queixaram do baixo quantitativo de linhas oferecidas e do tempo de espera do coletivo.

A diarista Diva Nascimento diz que espera em média 1 hora pelo transporte

A diarista Diva do Nascimento reside no município de Nossa Senhora do Socorro e pega cerca de dois ônibus todos os dias para chegar até a sua residência. Um deles é a linha 033- Terminal Rodoviário Desembargador Maynard que segundo ela demora em média 1 hora. “É complicado essa situação. Chego no ponto aqui às 19h, mas só consigo pegar o ônibus as 8h da noite. Desço no terminal da rodoviária Nova e lá a coisa ainda complica. Tenho ainda que pegar o 305 [Parque dos Faróis/Zona Oeste], é muita gente no ônibus e chego em casa umas 9h da noite. Essa peregrinação é todos os dias”, lamenta.

A auxiliar de departamento de pessoas, Daiane Cristine dos Santos compartilha da mesma reivindicação da dona Diva e pede um maior efetivo de linhas. “Deveria ser mais linhas rodando. Sem contar que uns são velhos e não dá conforto ao passageiro”, diz.

Espera em ponto deixa passageiros insatisfeitos 

Na praça do bairro Siqueira Campos, o ponto fica lotado de passageiros que espera pelo coletivo. Por conta do grande número de pessoas, muitas delas se arriscam na pista para conseguir adentrar no ônibus e não chegar tarde em casa. Quem tem a oportunidade de escolher qual ônibus pegar, prefere esperar a ter que ir colado ao outro como “lata de sardinha”. É o caso do trabalhador de serviços gerais Emerson Oliveira que pega o coletivo 703- Augusto Franco/Siqueira Campos, mas prefere aguardar o 200-Indústria e Comercio para ir sentado.

“Eu moro no São Conrado, mas trabalho aqui no Siqueira, como o Augusto Franco vai cheio, prefiro pegar o Indústria e Comércio porque como tem mais ônibus, consigo pegar vazio. Tem que ter mais linhas de ônibus. Os ônibus são de péssima qualidade, as cadeiras ruins e precisa de mais atenção”, conta.

Licitação

Emerson diz que tem que pegar dois ônibus para chegar no São Carlos

Em conversa com o titular da Superintendência Municipal de Transportes e Transito (SMTT), Nelson Felipe da Silva o processo que analisa a licitação do transporte coletivo de Aracaju está em processo de analise pelo Tribunal de Justiça. “Vamos esperar a decisão da justiça para termos acesso ao projeto e avaliarmos se será preciso realizar alguma alteração. Ainda não tivemos acesso ao projeto, mas sabemos que ele não contempla os municípios da grande Aracaju como Barra, São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro”, garante o superintendente.

A previsão é que o processo de licitação ainda aconteça nesse semestre segundo acredita a SMTT.

Setransp

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransp), José Amâncio, "Estamos a quase dois anos e seis meses sem reajuste. A gente espera que a partir do reajuste possamos trabalhar de forma a melhorar os espaços públicos e prestar um melhor serviço a população. O coletivo precisa de prioridade e entre 2013 e 2014 a gente espera voltar a fazer investimentos no sistema. A gente tem que buscar mecanismos que supram essas necessidades", afirma Amâncio.

Pontos lotados

Por Aisla Vasconcelos

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