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Seminário para identificar a violência nos meios de comunicação (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet) |
Nesta sexta-feira, 13, a União Brasileira de Mulheres (UBM) reuniu um grupo formado por 50 mulheres, que incluem lideranças comunitárias que atuam em municípios que compõem a Grande Aracaju, em seminário intitulado Gênero, Mídia e Violência com o objetivo de transformá-las em agentes multiplicadores visando o fortalecimento do protagonismo feminino no enfrentamento a violência contra as mulheres e no processo de democratização da mídia. "Nosso objetivo é aguçar o senso crítico e preparar as mulheres para identificar os focos de violência que estão implícitos na mídia", explica uma das coordenadoras do evento, Mara Olívia Costa.
O evento conta com apoio da Secretaria de Políticas para Mulheres do Estado de Sergipe. “A sustentabilidade deste projeto se dá a partir da união do Estado com os movimentos populares”, conceitua a secretária Maria Teles. “Reúne-se estes segmentos para discutir o protagonismo da mulher na sua escalada para assumir uma condição social de igualdade e o faz colocando como interface o papel da mídia, que é decisiva e importante tanto para avançar como também para estagnar no discurso ideológico no enfrentamento à desigualmente”, declarou a secretária de Polícia Para Mulheres
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Marta Olívia: aguçando o senso crítico |
Para Maria Teles, ao final do evento deve-se constatar um número expressivo de pessoas do sexo feminino preparadas na comunidade para socializar o debate. “O Estado, por si só, não tem pernas para chegar de casa em casa e o trabalho feito com mulheres que possam reproduzir os debates é um insumo de trabalho extremamente significativo”, considerou. “E cada ação tem como eixo a base popular para disseminação dos debates porque temos consciência de que quem determina o sucesso é a participação população”.
Crescimento da violência
A ativista Maria de Lourdes Pereira, uma das coordenadoras da União Brasileira de Mulheres (UBM) no Estado de Sergipe, explica que o seminário é consequência do crescimento da violência contra a mulher no Estado. Ela diz que pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça coloca Sergipe como o nono Estado mais violento do país. “Sergipe é o nono Estado com maior índice de violência contra a mulher, que se intensifica em crimes passionais e muitos deles sem solução, o que leva um acúmulo de ações em favorecimento destes crimes”, comenta.
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Seminária capacita 50 mulheres em Sergipe |
O seminário tenta também desenvolver ações de conscientização contra programas televisivos, essencialmente, que tem como foco o incentivo à discriminação. Ao final do evento, se realizará capacitação para que as mulheres possam identificar a violência contra a mulher implícita na programação de TV no Brasil. “É importante que as organizações de mulheres compreendam a unificação desta luta com ações mais concreta no combate à discriminação, que é feita pelos meios de comunicação contra as mulheres”, considera Maria de Lourdes.
Ela reconhece que a programação da mídia sergipana não apresenta características implícitas de violência. “A violência dos meios de comunicação está presente na programação, mas em Sergipe a gente não identificação programação que tenha conteúdo que induza à violência contra a mulher”, diz. “A violência está explícita na programação nacional televisiva, nas novelas, filmes e até em desenhos animados a gente identifica este tipo de crime contra a mulher”, comenta.
Maria de Lourdes garante que nenhuma ação efetiva tem sido feita para combater este tipo de violência contra a mulher. “O que temos de concreto é a Lei Maria da Penha, mas precisamos que seja colocada em prática porque a gente percebe que, na prática, as mulheres denunciam e não se utilizam dos mecanismos da lei para protegê-las”, comenta.
Durante o evento, a adjunta da Secretaria de Estado de Polícia para Mulheres, Ivânia Pereira, fez uma apresentação sobre a rede de proteção existente no Estado, defendendo a realização de concurso público para contratação de delegados de polícia e escrivães para ampliar o número de Delegacias Especializadas para atendimento às demandas de grupos vulneráveis no Estado.
Ivânia Pereira também observou a necessidade do Governo abrir novo concurso público para contratação de defensores públicos. “Temos apenas cinco delegacias da Mulher em todo Estado e é um problema recorrente porque não delegadas nem escrivães para que se possa aumentar o número de delegacias”, comentou. “E para atender a todo Estado temos 78 defensores públicos, entre os quais 40 estão atuando em Aracaju”, observa.
A radialista Magna Santana participou dos debates atendendo convite da UBM e destacou a necessidade de conscientização do profissional para denunciar e contribuir com o combate à violência. “São iniciativas de suma importância para nós profissionais de imprensa, para observar como nós divulgamos esta violência, a forma como tratamos este tema delicado e também para proteger a mulher como vítima”, ressaltou.
Por Cássia Santana
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