A Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio do Projeto EpiSergipe, divulgou na sexta-feira, 14, um novo relatório sobre o cenário da criminalidade no estado durante a pandemia da covid-19.
O levantamento considera o primeiro ano de eclosão da contaminação, entre os meses de janeiro e dezembro de 2020, em comparação ao ano anterior. Foram analisados quatro tipos de crime: furtos, roubos, homicídios dolosos e violência doméstica.
A análise, liderada pelo professor do Departamento de Economia da UFS, Marco Antônio Jorge, aborda o panorama da violência em Sergipe em 2020, com base em dados da Coordenadoria de Estatística e Análises Criminais da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
O relatório aponta que, no estado, o número de furtos caiu 20,6% ano passado. O percentual de roubos apresentou queda de 35,3%. Quanto aos homicídios dolosos, houve uma redução de 1,4%. Já o registro de casos de violência doméstica cresceu 2,4% em 2020, quando comparado ao ano anterior.
Violência Doméstica
Os casos de violência doméstica passaram de 1.225 para 1.254 no primeiro ano da pandemia em Sergipe. “Esse aumento está relacionado ao maior confinamento de agressores e vítimas potenciais. A baixa magnitude do aumento, no entanto, pode ser devido a uma queda no registro nos meses de maior isolamento, o que explicaria a queda entre março e julho, caracterizando uma possível subnotificação de casos,” explica o pesquisador.
A taxa de casos de violência doméstica para cada 100 mil habitantes no estado havia despencado de 210,3 para 53,3 entre 2018 e 2019, mas voltou a subir para 54,1 em 2020. Isso representa uma variação de 1,5%.
Nessa modalidade de crime, os municípios que compõem a região Grande Aracaju (Aracaju, Nossa Srª de Socorro, São Cristóvão) lideraram o registro de casos.
Furtos
Em Sergipe, o número de furtos caiu de 16.264 para 12.919 em 2020. Essa queda, segundo o doutor em Economia do Crime, está associada ao cenário da pandemia, “com medidas sanitárias e restritivas, como o isolamento social, ocorrendo assim uma diminuição da circulação de pessoas e uma redução da atividade econômica.”
Cinco municípios concentraram 66% dos casos de furto ano passado: Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Itabaiana, Lagarto e Estância. “Vale observar que essas seis localidades com mais casos apresentaram uma redução significativa nessa modalidade de crime. Esses municípios, em conjunto, tiveram 1.810 furtos a menos em 2020,” pontua Marco Antônio Jorge.
Por outro lado, as cinco maiores reduções no registro de furto no último ano no estado ocorreram em Areia Branca (83,7%), Feira Nova (72%), Muribeca (71,2%), Nossa Senhora de Lourdes (66,7%) e Santana do São Francisco (65,3%).
Roubos
Entre as quatro modalidades de crime analisadas, o número de roubos apresentou a queda mais expressiva, passando de 18.018 para 11.660 no último ano. “Essa diminuição já era prevista, tendo em vista que durante o último ano circulavam menos pessoas nas ruas, por conta do perigo de contágio e do fechamento de negócios. O medo de contrair a covid-19 também pode ser um fator na diminuição de registro de roubos nas delegacias de polícia,” pondera o pesquisador.
A taxa de roubos no estado, calculada pelo número de casos por 100 mil habitantes, saiu de 783,8 para 502,8. Isso representa uma variação de 35,9% neste último ano. “Houve uma queda no número de roubos a residências, estabelecimentos comerciais e transeuntes, tanto em nível nacional como estadual,” diz o professor.
O levantamento indica que 63 dos 75 municípios registraram queda nesse tipo de crime. Além disso, 8.772 dos 11.660 roubos praticados se concentraram em cinco cidades: Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Itabaiana, Lagarto e São Cristóvão.
*Com informações da Rádio UFS
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