Lâmpadas foram vistas em local a céu aberto (Fotos: Portal Infonet) |
O Portal Infonet flagrou na Universidade Federal de Sergipe (UFS), campus de São Cristóvão, o acúmulo irregular de lâmpadas. Os produtos usados estão amontoados em espaço a céu aberto em local onde circulam estudantes e trabalhadores do centro superior de ensino. De acordo com a lei 12.305/2010, de resíduos sólidos, estes produtos não devem ser lançados em locais como esse.
O prefeito do campus, Antônio Américo, afirma que a situação é antiga e reconhece que a universidade deveria ter um local adequado para armazenar as lâmpadas até que a coleta seja realizada. “Tenho certeza que isso é perigoso. É um problema que já está na UFS há dois anos”, explica o engenheiro florestal Américo, e acrescenta que o acúmulo iniciou antes de assumir a gestão, fato que aconteceu há três meses.
A busca por uma empresa especializada que faça a coleta e o descarte regular está acontecendo, segundo informa o prefeito. Ele comenta que não tem conhecimento de nenhuma empresa que realize o serviço no estado, e acrescenta que vai tentar resolver esse problema para evitar o acúmulo das lâmpadas no futuro. “Nas próximas licitações, se for possível, vamos solicitar que as empresas que forneçam também recolham as lâmpadas”, acrescenta.
Material está em local inapropriado |
Segundo o engenheiro florestal, a preocupação em realizar a coleta e do descarte regular já existia antes de ele assumir o cargo, porém a universidade esbarrava em algumas dificuldades com relação a encontrar uma empresa especializada.
Para tentar resolver a situação, a primeira medida a ser tomada, de acordo com o prefeito do campus, é realocar as lâmpadas para um espaço dentro da própria universidade. O transporte do material para o espaço coberto deve acontecer nesta semana, entre a segunda e terça-feira, 1º e 2 de dezembro, segundo promete Antônio Américo.
Com relação ao início da licitação para contrato de empresa especializada, este ainda não tem data para acontecer, pois ainda existem algumas questões burocráticas a serem realizadas.
Prefeito do campus explica situação |
Empresa
Ao contrário do que a universidade imagina, Sergipe já conta com um serviço especializado de coleta de lâmpadas. A empresa começou a atuar no início de 2014. De acordo com o diretor, Renato Souza Filho, a recomendação é que antes da coleta, os produtos recebam a devida atenção e sejam armazenados em caixas identificadas, protegidas do sol e da chuva.
A respeito da exposição das lâmpadas em local inapropriado, Renato alerta sobre as consequências, e diz que estas podem ser desastrosas. “As lâmpadas contém mercúrio, cádmio, fósforo, considerados componentes químicos perigosos. Quando liberados na natureza de maneira inadequada esses componentes vão parar em rios, lagos, lençóis freáticos e posteriormente podem ser ingeridos por animais e seres humanos causando reações alérgicas e mais seriamente danos à saúde”, detalha o profissional.
Sobre o trabalho de descarte, a empresa é responsável por embalar as lâmpadas e enviar para recicladores, que dão o devido tratamento. Renato explica que consegue retornar os materiais em até 99% o volume dos resíduos coletados.
Documento solicita recolhimento |
Descarte irregular
Há dois anos, o descarte das lâmpadas acontecia junto a outros tipos de resíduos, segundo informa o diretor de manutenção da UFS, Rodrigo Melo. Ele explica que uma auditoria interna relatou que existia a lei de logística reversa de lâmpada, que versa que os comerciantes têm a obrigação de recolher os produtos, enviar para a fábrica para que esta se responsabilizasse pelo descarte.
Porém, Rodrigo relata que a universidade esbarra na dificuldade de que em algumas ocasiões os fornecedores das lâmpadas são provenientes de outros estados. Uma medida para tentar regularizar situação da UFS foi enviar documentação para os comerciantes sergipanos para solicitar o recolhimento das lâmpadas e fornecer a destinação correta, de acordo com a afirmação do diretor de manutenção da UFS. “Porém, até hoje não obtivemos resposta de nenhuma empresa”, comenta.
Por Monique Garcez
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