Atualmente, cerca de 11 mil toneladas de lixo residencial são recolhidos todos os meses na capital sergipana. Diante dos números e tendo como único ponto de coleta o Lixão da Terra Dura, órgão públicos discutem novas alternativas para a destinação de resíduos na Grande Aracaju. O sociólogo e professor Geraldo Viana destaca que, em menos de 15 anos, a estimativa de uso do Lixão fica praticamente esgotada, alertando a necessidade de estudar outras opções. Ele defende a instalação de uma usina de valorização de resíduo sólido no Estado, que é capaz de transformar a coleta em energia elétrica.
Sociólogo e professor, Geraldo Viana
Geraldo Viana destaca que diversos estudos para instalação de um aterro sanitário na Grande em Aracaju estão sendo discutidos. E destaca que além da escolha para o sistema de lixo, há outras opções tão quanto ou mais viáveis, em termos de custo, impacto ambiental e geração de emprego para a população.
“Por desconhecimento, muitas pessoas não conseguem observar que as usinas, atualmente, não são tão caras quanto parecem ser. Posso apostar que a usina, da qual me refiro, tem um custo abaixo se for fazer um comparativo com o aterro sanitário e não produz chorume”, explica.
Viana alega que a usina também permite que os catadores permaneçam no processo de separação dos sólidos, não causando desemprego de pessoas que se utilizam do lixo como geração de renda para família. “Defendo a implantação de uma usina de valorização de resíduo sólido que é capaz de transformar o lixo em recurso energético”, explica dizendo que é economicamente viável a implantação dessa indústria de lixo.
O professor Viana completa que Sergipe seria o pioneiro na utilização desse mecanismo e aponta outras regiões como a área da Universidade Federal do Rio de Janeiro conhecida popularmente como “Fundão”, e em Recife, como áreas que utilizam ferramentas parecidas. “Como as usinas de incineração”, diz ele, informando que para a implantar os aterros seriam gastos R$ 150 milhões aproximadamente e R$ 30 milhões para a usina. “Em termos de área utilizada, a usina consegue aproveitar dez vezes menos o espaço utilizado pelo aterro”.
Conhecendo o projeto
Viana: “Tudo se aproveita e seu custo é baixo”
A Usina de Valorização do Resíduo representa um empreendimento que comprime e “inertiza” o resíduo tanto seco quanto úmido. Ela transforma o resíduo em energia. E o último resíduo desse processo são as cinzas que são utilizadas na fábrica de cimento ou na agricultura.
A usina transforma o resíduo em produtos nobres: a energia elétrica, o fertilizante orgânico. Tudo isso num processo industrial, onde as pessoas que hoje são catadoras de lixo podem ser utilizadas, não para trabalhar com materiais perigosos, mas para trabalhar com materiais inertes. E nesse sentido, a usina pode reduzir a zero o custo de destinação final por tonelada.
Origem da tecnologia
A Usina de Valorização de Resíduos Sólidos não é uma tecnologia desenvolvida no Brasil, é uma
tecnologia européia, especificamente Itália, França e Alemanha. “É uma ferramenta que tem uma tendência para ser instalada em grande parte dos países europeus. Pela legislação européia, preconiza que até 2016 não faça implementação de aterros sanitários”, diz. Equipamentos mecânicos para remoção de lixo
Outras alternativas são as usinas de incineração (usina verde) e a de valorização de resíduo sólido. Vale ressaltar que a incineração que ocorre na usina de valorização de resíduo sólido é mais eficiente que a usina verde. Ou seja, a usina em questão, tem um pré-tratamento do lixo que faz a prensagem – processo que retira do lixo toda a umidade. E um processo de digestão anaeróbico onde se retira um gás, chamado biogás.