VCA: demitidos ameaçam parar transportes coletivos

Demitidos demonstram insatisfação com a VCA (Fotos: Portal Infonet)

Alegando prejuízos, a Viação Cidade de Aracaju (VCA), empresa que explora os transportes coletivos da Grande Aracaju, já está devolvendo 14 linhas à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) de Aracaju e, como consequência, cerca de 120 motoristas e cobradores foram demitidos no final do mês passado.

Os profissionais demitidos temem que as rescisões trabalhistas não sejam pagas devido às dificuldades que a empresa enfrenta desde que teve que tirar 66 ônibus de circulação por decisão judicial, em fevereiro deste ano. Nesta terça-feira, 4, os ex-funcionários da VCA se reuniram e, insatisfeitos, prometem fazer uma mobilização para impedir que a frota da VCA circule nos próximos dias. Para definir a estratégia, os ex-funcionários voltarão a se reunir na próxima sexta-feira, 7, no auditório da SMTT de Aracaju.

Na reunião desta segunda-feira, 4, motoristas e cobradores demitidos pediram apoio da SMTT para encontrar uma solução para o problema. A secretária Georlize Teles, de Defesa Social, atendeu pessoalmente o grupo e disse que não mediria esforços para buscar entendimentos pacíficos, mas deixou claro que a SMTT não tem poderes para exercer interferência na gestão da empresa.

Georlize Teles: SMTT não interfere na gestão das empresas

Diante da ameaça da mobilização para impedir a circulação dos ônibus, Georlize Teles assegurou que a SMTT tem estratégias para não penalizar a população, mas adiantou que o plano só será anunciado quando ocorrer a paralisação.

Concessão precária

De acordo com informações de Alexandro da Silva Santos, que trabalhou na empresa por um período de seis anos e onze dias, os funcionários foram demitidos no final do mês passado, sem receber os salários e gratificações referentes ao mês de maio e não há perspectivas de receber as verbas rescisórias. Ele garante que a empresa não repassa regularmente a contribuição do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), além de atrasar também outras contribuições sociais em benefício da classe trabalhadora.

O vereador Adriano Oliveira (PSDB) está tentando entendimentos com a empresa e intermediou o encontro dos funcionários demitidos com a secretária Georlize Teles. Na reunião, a secretária reconheceu como precária a concessão pública para a exploração das linhas dos transportes coletivos para justificar a impotência da SMTT para obrigar a empresa a pagar as verbas rescisórias.

Alexandro: "seis anos e onze dias perdidos"

Georlize Teles explicou ainda que a SMTT já está adotando as medidas para repassar para outras empresas as linhas devolvidas pela VCA e garante que todas as providências serão feitas em paralelo. “Não haverá solução de continuidade”, observa.

O Portal Infonet tentou ouvir a VCA e não obteve êxito. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) não se manifesta em relação à questão. O presidente, José Carlos Amâncio disse apenas que a demissão é um direito das empresas assim como é direito também da classe trabalhadora receber as verbas rescisórias e orientou os trabalhadores que se sentirem prejudicados a buscar a solução na Superintendência Regional do Trabalho (SRT).

Por Cássia Santana

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