Violência doméstica: 220 homens presos em 2016

Violência doméstico: medo contribui com a impunidade (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Em Sergipe, 220 homens foram presos no ano passado, acusados por prática de violência doméstica. Os casos envolvem agressões físicas e verbais e ameaças de morte, conforme informações da delegada da mulher Renata Abreu Aboim, que atua no Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Sergipe (SSP).

No período, conforme a delegada, foram registrados 2.668 boletins de ocorrência, com 1.1430 inquéritos policiais formalizados e encaminhados à justiça. De acordo com a estatística, as vítimas possuem idade entre 18 e 59 anos. Em alguns casos, conforme a delegada, as prisões são consequência da quebra da medida protetiva. No ano passado, foram estabelecidas 695 medidas protetivas de urgência, enquanto instrumento para proteger a vítima e a família.

Apesar de classificados elevados estes números, a delegada Renata Aboim revela que a estatística não traduz a realidade. Para a delegada, os números reais são bem mais elevados. Ainda há, por parte da vítima, o temor de ver concretizadas as ameaças de morte normalmente feitas pelos companheiros agressores e também há aqueles casos em que a vítima silencia por ser dependente financeira ou emocional do agressor.

Estrutura

A delegada Renata Aboim alerta para a necessidade da vítima buscar os mecanismos legais e não permitir que os casos de violência doméstica permaneçam impunes. “As vítimas devem procurar a Delegacia o quanto antes. Quanto mais demora para a denúncia, mais difícil fica a solução e mais vulnerável fica a vítima”, considera a delegada. “Que a vítima busque o DAGV ao menos para procurar informações e depois ela decide se denuncia ou não”, comenta.

Diariamente há servidores aptos para orientar as vítimas de violência doméstica no DAGV. De acordo com a delegada, todos os servidores estão preparados para fornecer as orientações necessárias, mas se a vítima preferir sempre há uma delegada disponível para prestar o atendimento.

Por Cássia Santana