Violência é a questão mais preocupante do trânsito, diz coordenador de Trânsito da capital

Lançamento da campanha ocorreu na
entrada de um dos shoppings da capital (Fotos: Portal Infonet)

A questão mais preocupante da mobilidade urbana, de acordo com o coordenador de Trânsito da capital, major Paiva, é a violência. Segundo ele, o desafio para os órgãos de trânsito é fazer com que as pessoas acordem e saibam que as soluções para um trânsito mais seguro dependem do esforço coletivo, e não apenas do Poder Público.

“Esse é um problema muito complexo, necessita de mobilização. A maioria dos acidentes poderiam ser evitados, mas as pessoas teimam em desobedecer as regras de trânsito. Precisamos fazer com que as pessoas acordem”, declarou Paiva na noite desta quarta-feira, 11, durante o lançamento da ‘Década de Ação Para a Segurança e Paz no Trânsito 2011/2020’. O movimento é encabeçado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e teve lançamento mundial nos 178 países signatários.

Aracaju participará do movimento com o Comitê Municipal de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito, que já tem mais de 40 parceiros e terá como principal meta, na próxima década, combater os acidentes e mortes no trânsito. Um grupo formado por agentes de trânsito, intelectuais e representantes de entidades da sociedade civil fez o lançamento da campanha em um dos shoppings da capital.

Major Paiva destaca necessidade de participação da sociedade

Para o superintendente Municipal de Transporte e Trânsito, Antônio Samarone, o fato de o Brasil ser o quinto dentre os países com maior índice de mortes no trânsito lança um alerta para a importância desa campanha. “As pessoas parecem ser modificadas psicologicamente quando entram em um carro, achando que o mundo é só pra eles. Os demais meios de transporte não têm vez”, disse.

Samarone explicou que houve uma inversão no perfil das vítimas de acidentes de trânsito diante da melhoria na segurança dos automóveis. “Os condutores de motos, bicicletas e os pedestres são, hoje, as maiores vítimas”, alertou.

No caso da capital sergipana, que hoje tem 150 mil carros e 50 mil motocicletas – excetuando-se os ciclomotores – o desafio, segundo o superintendente, é conscientizar a sociedade de que a solução também parte de toda a sociedade. “Educação é tarefa de todos, não apenas dos órgãos de trânsito. É algo que envolve a escola, a igreja e a família”, destacou.

“A cidade foi construída para os carros. Não pensaram nos pedestres. Agora, com o espaço pequeno, cobram que a solução de um problema centenário venha como um passe de mágica”, acrescentou.

Samarone diz que problemas da cidade não serão resolvidos em passe de mágica

O Comitê Municipal de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito será concretizado no dia 23 deste mês, com um evento na Sociedade Semear e palestra com o educador Eduardo Biava.

Violência no Trânsito

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o número de mortes em consequência de acidentes no trânsito chega a 1,2 milhão ao ano. Ficam feridas e/ou inválidas mais de 20 milhões. Se nenhuma medida for tomada o número de mortes chegará a marca de 1,9 milhão ao ano em 2020

O Brasil ocupa mundialmente o quinto lugar em quantidade total de fatalidades no trânsito, atrás apenas da Índia, China, Russa e EUA. De acordo com o Relatório Global sobre a Situação da Segurança Viária, lançado pela OMS em 2009, se este ritmo se mantiver, as fatalidades no trânsito passarão do 9º (2004) para o 5º (2030) entre os maiores fatores de mortalidade no mundo, atingindo cerca de 2,4 milhões de pessoas por ano.

Esse índice será alcançado por conta do crescimento dos acidentes em países em desenvolvimento, como a Índia, a China e o Brasil, e nos países pobres. Na faixa etária de 15 a 29 anos, os acidentes no trânsito já é a primeira causa de fatalidades no mundo, à frente da AIDS, tuberculose e da violência.

‘Chega de Acidentes’

A SMTT ressaltou que as ações da campanha ‘Chega de Acidentes’ também continuarão. Nesta sexta-feira, 13, as equipes estarão no bairro Santo Antônio, na esquina da Avenida João Ribeiro com Rua Muribeca. O órgão abriu seleção para mais 50 voluntários participarem das ações.

Por Diógenes de Souza

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