Vítimas de Léo vivem na companhia do medo

Ýsriel, 20 anos, dono de uma extensa ficha criminal
Há alguns meses os moradores da zona rural de São Domingos estão dormindo na companhia do medo. O motivo atende pelo nome de Ysriel dos Santos, 20 anos, conhecido como Léo. Ele já praticou assaltos, estuprou algumas moças da região e matou inimigos com balas que ele mesmo faz com material que encontra no lixo. Esconde-se da polícia em uma mata fechada e age na calada da noite.

Ele tem apenas 20 anos, mas desde cedo mostrou sua disposição para atos criminosos. Aos 16 anos, junto a um comparsa, estuprou duas garotas no povoado Campanha e amarrou outras duas e mais três rapazes em troncos de árvores numa malhada. Abusou sexualmente delas e transformou a jovem sonhadora Neide em uma mulher que apenas pensa em vingança.

Neide quer vê-lo morto
“Isso tudo aconteceu quando eu voltava da escola. Depois disso abandonei o estudo, não por medo, mas porque tudo iria me lembrar o que aconteceu. No dia tentei reagir, mas ele me batia muito e forte, não tinha como. Hoje eu só penso em ir no enterro dele só para comprovar que ele está morto”, relata a moça. A mãe dela, dona Genalva, nem consegue dormir. “Qualquer barulho eu penso que é ele”, diz.

Traumas e ameaças

A amiga de Neide que foi abusada sexualmente por Léo na mesma situação saiu da cidade e prefere passar mais tempo na casa da irmã em Aracaju. “Ela ficou muito traumatizada com tudo. Até hoje não se reabilitou”, diz

Lavrador nos guia pelo esconderijo do bandido
uma vizinha. Quem deu todo o apoio às duas meninas foi dona Adélia, dona de uma casa de farinha na qual trabalhavam as moças. Por causa da ajuda, recebeu ameaças.

“Já mandou aviso dizendo para eu ficar quieta, mas eu não fico. Por essas bandas todo mundo diz que pode ver ele na frente que não entrega, mas eu não tenho medo nem da morte, quem dirá dele. Ele acabou com a vida de muitas famílias e com o sossego de São Domingos inteira”, conta. Manoel também revela que foi ameaçado recentemente. “Tudo porque eu reconheci ele da primeira vez que ele foi preso”, explica.

O esconderijo 

Manoel fala que sofreu ameaças recentemente
É no enorme sítio da família de dona Adélia, mais precisamente em uma grota, que o Léo sempre é visto, visivelmente abatido e cansado como relatam os lavradores que o encontra. “A primeira coisa que ele pede é água, depois comida. Diz ele que passa os dias comendo ‘licuri’”, fala a testemunha. A mata é inacessível a quem vai de automóvel e como é muito grande, o foragido esconde-se com facilidade.

Os moradores morrem de medo do bandido que viram crescer ali entre os povoados Campanha e Mangabeira. Segundo eles, a

polícia vai ao local de vez em quando, mas nunca entra no matagal. “Aqui [no sítio] tem buraco e esconderijo que nem eu conheço, quem dirá a polícia”, diz dona
Ele se esconde da polícia nesta região
Adélia, que não vê a hora da paz voltar a reinar na pacata região.

O trabalho policial

O delegado da cidade, Adelmo Pelágio, classifica o criminoso como difícil de se capturar, já que age a noite e se esconde em mata fechada. Em matéria publicada no dia 5 de março pelo Portal Infonet, ele disse que solicitaria ajuda do Pelotão de Caatinga, já que o tenente Oliveira, que comanda o grupo, se

predispôs a ajudar contanto que a polícia local solicitasse formalmente.

Até agora nenhum soldado do pelotão foi enviado ao lugar. Tanto o delegado como o tenente foram novamente procurados pela reportagem da Infonet para falar sobre o assunto, mas não

Trecho dos povoados mais afetados pelos crimes de Léo
foram localizados. Enquanto a ajuda não chega e o Léo não é capturado, as vítimas e a população saõdominguense segue fechando as portas e janelas ainda à luz do dia.

Última ação

Na terça-feira, 10, foi registrado o último crime praticado por Ysriel que se tem conhecimento. Ele atirou em um rapaz no povoado Mangabeira, atingiu o abdome e o pescoço da vítima e fugiu do lugar. O rapaz está hospitalizado e não corre risco de morte.

Por Glauco Vinícius e Valter Lima

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