Vitória da Ilha: prefeitura quer reintegração da quadra

Algumas famílias do Vitória da Ilha continuam na quadra (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A assessoria jurídica da prefeitura da Barra dos Coqueiros ingressou com nova ação judicial contra o Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos (Motu) pela desocupação da quadra de esportes, a única existente no município para atender a comunidade escolar e os desportistas da cidade, que fora ocupada por dezenas de famílias no final do mês passado.

De acordo com informações do secretário adjunto de assuntos jurídicos do município, José Carlos Montalvão, esta é a quarta ocupação ocorrida na Barra em um período de apenas nove meses. O prefeito Airton Martins (PMDB) acredita que há pessoas infiltradas no Motu por mera especulação, em função da valorização dos imóveis naquela região. “Não somos contra aos movimentos sociais, mas tem que ter limite”, disse, em entrevista concedida ao Portal Infonet.

A assessoria jurídica da prefeitura da Barra informa que realizou um levantamento e detectou pessoas de elevado poder aquisitivo entre os ocupantes. Segundo o advogado Carlos Montalvão, entre as 172 famílias, verificou apenas 14 como naturais da Barra dos Coqueiros. “Tem gente que possui casa de andar com mercearia em Aracaju, o que caracteriza a indústria da invasão”, analisa o prefeito Airton Martins.

Dados da assessoria jurídica do município indicam a presença de famílias oriundas de vários Estados: Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Bahia, Alagoas, Pernambuco e também de outros municípios sergipanos. O prefeito Airton Martins reconhece o déficit habitacional, mas garante que não vai permitir as ocupações. “Tem gente precisando realmente e nós vamos solucionar este problema, mas não é nada de imediato”, diz.

Airton Martins: solução com critérios

E será solucionado, segundo o prefeito, por meio de um programa social criterioso com a construção de mais de 900 casas, que serão doadas às famílias de baixa renda que já estão cadastradas pelo município. “Detectamos neste movimento pessoas que receberam casas de graça na minha gestão passada, que venderam as casas e agora estão querendo novo imóvel”, informa. “Estas pessoas não receberão casa. Já tiveram a oportunidade e não souberam aproveitar”, complementa o prefeito.

Motu

As lideranças do Motu informam que as famílias permanecerão acampadas na quadra de esportes até que a prefeitura encontre uma alternativa para alojar as famílias que não dispõem de moradia. Edinaldo Adrelino de Jesus, conhecido como Bem-te-vi, um dos líderes do movimento, garante que permanecem na quadra apenas 60 famílias das 172 que lideraram outras ocupações e que foram despejadas por ordem judicial. “As outras estão morando de favor em casas de parentes”, diz.

Bem-te-vi não concorda com os argumentos do prefeito Airton Martins. “Ele tem que provar que há gente infiltrada. Esse não é o papel do movimento, a fiscalização deve ser da prefeitura”, observa. No entanto, assegura que o movimento não tem relação com a especulação imobiliária no município e que aqueles que fazem a ocupação são pessoas que realmente não têm condições de ter moradia digna. “O prefeito está correndo do compromisso que assumiu com o pessoal durante a campanha eleitoral”, observa.

Por Cássia Santana

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