“Votorantin, Sergipe e a Laranja”, por Ricardo Leite

Antônio Ermírio de Morais pensa o Brasil, ao tempo em que é capaz de escrever artigo na Folha de São Paulo sobre motoboys que infestam a capital paulista desrespeitando o Código de Trânsito Brasileiro. Gosta de opinar sobre os rumos da nação. Até quis ser governador de São Paulo em 1986. Cabeça do maior grupo empresarial do país, ele agora se vê diante da sucessão familiar, processo que diz já ter começado. Mesmo de olho no momento de passar o bastão, o mega-empresário olha o futuro e anuncia o aumento de exportações de cimento, através da unidade fincada em Laranjeiras-SE. Durante entrevista ao jornalista João Dórea Jr. da Rede TV!, Antônio Ermírio elogiou a localização estratégica de Sergipe e seu porto, como via mais próxima do maior mercado consumidor do planeta: os EUA. Suas palavras servem como um sinal verde, uma dica, quase uma recomendação de investimentos para outros empresários que se miram em seus exemplos e o tem como oráculo. Pode não ter efeito imediato, mas sutilmente haveremos de colher bons furtos dessas boas palavras. Os números da Votorantim são astronômicos. Mais de 4 bilhões de reais de impostos recolhidos por ano e cerca de 30 mil funcionários espalhados por empresas das áreas de energia, finanças, indústria e novos negócios. Um conglomerado iniciado em 1918 pelo seu avô materno Antônio Ignácio e tocado pelo seu pai, ex-senador da República, José Ermírio. Só de lucro líquido foram 2,2 bilhões de reais que serão integralmente reinvestidos no grupo. Como ele anunciou na entrevista, Sergipe receberá uma parcela desses investimentos, gerando mais empregos, renda e impostos. Para ser bom administrador público é preciso ter, entre outras qualidades, o senso de oportunidade. Como o governador João Alves tem de sobra, uma visita sua a Antônio Ermírio poderia ser muito produtiva, no mínimo, soaria como um agradecimento aos investimentos feitos aqui pelo grupo Votorantin. Sergipe está agora na cabeça dele, positivamente, não como um ponto remoto no Nordeste, como vê a maioria do empresariado paulista. A hora é ótima e oportuna. O soerguimento da citricultura foi tema de campanha eleitoral, promessa do governador cumprida logo no início do mandato com a criação de um fundo de 20 milhões de reais e uma parceria histórica com o Chile, que está instalando um escritório em Boquim para comércio e pesquisa. Coincidentemente, o grupo Votorantin tem negócios de laranja e está aplicando, só em pesquisa de produtividade, mais de 60 milhões de dólares. Este poderia ser apenas um dos muitos ganchos para uma conversa entre Antônio Ermírio de Morais e João Alves Filho. * Ricardo Leite é jornalista e advogado ricardoleite@infonet.com.br

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