Zona de expansão: Construtores recorrerão ao poder público

Construtores (à esq.) e moradores (à dir.) reunidos no MPF
O Sindicato da Indústria da Construção Civil de Sergipe (Sinduscon/SE) vai procurar o governador de Sergipe e o prefeito de Aracaju para discutir uma medida emergencial para os problemas sanitários da área. Isso porque um processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF) visa impedir que novos empreendimentos na região sejam lançados até que sejam resolvidos os problemas de drenagem e esgotamento.

A afirmação foi feita por Tarcísio Teixeira, um dos representantes do Sinduscon/SE que, preocupados com os impactos financeiros que a decisão pode acarretar às construtoras do estado, compareceram a uma audiência

Procuradora Eunice Dantas (centro) também participou da audiência
realizada no Ministério Público Federal, mediada pela procuradora Lívia Tinôco, que logo em suas primeiras palavras esclareceu à categoria que não há nenhuma intenção de paralisar as obras em andamento.

“Ninguém quer impedir o desenvolvimento da região, mas o que está acontecendo é que não dá para as construtoras tentarem resolver algo desse porte que é de responsabilidade do poder público”, declarou a procuradora, que teve suas palavras reafirmadas por um dos construtores presentes. “Estamos desesperados com essa ausência do poder público, já que somos um dos setores que mais sofreu com a crise econômica”,

Procuradora preocupada com a saúde da população
disse.

O problema e a verba do PAC

Os problemas estruturais na zona de expansão tornaram-se mais evidentes aos olhos da sociedade com a intensidade das chuvas no mês de maio, que inundou toda a área, revelando a necessidade urgente de um projeto de drenagem e esgotamento sanitário no lugar. Segundo Lívia Tinôco, cerca de R$ 300 milhões foram destinados ao PAC em Sergipe e nenhum centavo ainda foi investido ali.

Ainda na ótica da procuradora, se nenhuma medida for logo tomada para resolver os problemas de esgotamento na zona de expansão, poderão ser registrados na área focos de doenças como cólera e diarréia, o que causará forte impacto na saúde pública, um sistema bem mais caro ainda segundo Lívia.

Insatisfação dos moradores

Participaram também da audiência um grupo de moradores da zona de expansão que evidenciaram o nível dramático que se encontra a situação no local em relação aos problemas sanitários. “A água da chuva não escoa, o volume de água na lagoa próximo ao [conjunto] Brisa Mar cresce e o problema vai se agravando”, falou Karina, representante dos moradores da zona de expansão.

Com a insatisfação das construtoras que na região atuam, a problemática passa a ser, além de social, econômica, o que agrada ao grupo de moradores. Com o reforço dos empresários da construção civil do estado, a comunidade acredita que as políticas públicas poderão ser agilizadas.

No dia 5 de junho, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, anunciou que iria à Brasília na terça, 9, apresentar projeto para a zona de expansão e tentar captar R$ 26 milhões para executá-lo.

Por Glauco Nascimento e Raquel Almeida

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais