23 Anos de Imbuaça

Em 28 de agosto, o grupo de teatro Imbuaça completará 23 anos de intensa atividade artístico-cultural. São 15 peças montadas e 91 eventos nacionais. E internacionais. Já estiveram no Equador, Cuba e México além de uma turnê por dez cidades de Portugal. A seguir, o grupo fala de seus novos projetos de oficinas, sua nova peça e conta um pouco de sua trajetória que eles chamam de “leitura do folclore sergipano”. Novas Oficinas Estamos com uma proposta de parceria com o SESC de Siqueira Campos para a realização de três oficinas. Duas de teatro, destinada ao público em geral, adolescentes e adultos, e uma sobre cultura popular direcionada à professores e arte-educadores. Como sempre, trabalharemos em módulos e trataremos atividades circenses, literatura de cordel (teatro), conceitos de cultura popular, etc. Mas estamos esperando uma resposta do SESC para dar início aos trabalhos. Apoio Quando se tem mais de 20 anos de carreira, já é chato falar de apoio financeiro. Nós nos espelhamos sempre no que há de melhor em relação a essa questão. O grupo de dança Corpo conta com patrocínio permanente dos postos Shell porque esses empresários têm noção do valor de cultura para seu estado. Assim mesmo acontece com o carnaval da Bahia que recebeu um milhão de pessoas esse ano. Aqui em Sergipe, como no nordeste em geral, falta uma política cultural. Que destaques nacionais nosso estado produziu até hoje? Clemilda é alagoana. Um Pouco de História Estamos completando no próximo dia 28 de agosto, 23 anos de existência. E, claro, não foi fácil sobreviver até aqui. Ninguém da formação original do grupo faz parte dele hoje. No início, todos mantinham o grupo com seus empregos. Nos anos 80, existiam muitos festivais de teatro pelo Brasil e o Imbuaça não perdia um. Era um meio de fazer nosso trabalho aparecer. A UFS, a prefeitura e até o Estado colaboravam com nossas passagens mas quando não conseguíamos, dávamos jeito de estar nos festivais assim mesmo de Kombi ou o que fosse. Já enfrentamos 52 horas de ônibus para Ponta Grossa! Até que em 82, num festival que pagava tudo que tínhamos direito, repensamos nossa condição de artistas: precisávamos mesmo pagar para fazer arte? Depois, com a chegada do sindicato dos artistas, adotamos uma postura profissional com nossa arte. Mas não profissional no sentido de sobreviver do trabalho. A idéia é de relação profissional com nossa arte. A Sede Através de um contrato com a prefeitura conseguimos nossa sede (localizada à rua Muribeca, no bairro Santo Antônio). Queremos transformá-la em um espaço democrático que sirva para diversas manifestações artísticas e educacionais. Além de ser nosso escritório e local para ensaio, a casa já foi espaço para shows e forrós. Nossa meta agora é estabelecer uma ligação entre o grupo e a comunidade do bairro Santo Antônio que convive conosco mas não têm acesso ao local. Para isso temos desenvolvido um trabalho artístico-educativo com a garotada do local. Todas as manhãs de domingo, recebemos, em média, 30 a 40 crianças e adolescentes para desenvolvermos atividades lúdicas, iniciação musical com noções de ritmo, percussão, perna-de-pau, etc. Queremos até fazer um convite a professores, arte-educadores e quem mais esteja disposto a contribuir nesse trabalho. Atualmente estamos contando com o auxílio de Manuel Cerqueira, da Secretaria da Educação. Imbuaça e Público Nossa relação com o público sempre foi muito legal. Desde o princípio nós sempre adequamos o nosso espetáculo ao local onde ele seria apresentado. O Canto do Zabelê – O Show Por enquanto, Zabelê está voando…! A peça estrearia no último dia 14, não fossem algumas dificuldades técnicas com o material sonoro. E não temos uma nova data de estréia até estar com tudo pronto mesmo. Senão viramos piada…! Nosso Palco é a Rua – o CD O CD é comemorativo aos 23 anos de Imbuaça. São 16 músicas; umas do grupo, compostas por Joésia Ramos, e outras recolhidas do folclore sergipano. A maior dificuldade para o disco sair não foi a financeira, já que ele foi viabilizado através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Foi técnica. Os ensaios, a difícil seleção de repertório, as aulas de canto, os arranjos… Mas também não foi nada que já não tivéssemos passado nas montagens. O lançamento do CD também foi problemático porque não conseguimos patrocínio. Então optamos por uma estratégia comum, simplesmente liberando o disco para venda. Imbuaça: vício? Depende do conceito de vício. Sabemos que tudo que temos e somos hoje é nosso sangue, nosso suor. É nossa disciplina, nosso respeito pelo trabalho. E nossa determinação; aquela certeza de que sempre estivemos no caminho certo. Por Elisângela Valença e Eduardo Lins

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