A procura das estrelas – por Gustavo Aragão

A solidão pesa em meu travesseiro Sou um sonho dissolvido em farelos de hoje perdido Atravessei mares e montanhas cantando sonatas, Imaginando sensações sonhadas quando pequenino Hoje não passo de um céu sem muitas estrelas… Aquelas aos montes como havia pretendido. Sou penumbra desmembrada, luz contida num quarto, só, de paredes mudas, frias, suspensas no ar, assim como estão meus pensamentos. Ando sufocado no tempo por desejos insaciados, pelo descontentamento de mundo que resguardo nos fartos sorrisos. Quão difícil é conviver comigo, apenas. E com meus monstros e fantasmas escondidos por trás das cortinas de veludo carmim que estáticas permanecem dentro de mim. São essas as veludosas veladas, que em instantes percebo e noutros nem sequer sinto o cheiro, que liberam, purulento da saudade que me arrebata e me sufoca. Foco estrelas num céu ilusório inebriado por refletores-espectros, nada mais tenho que estrelas impressas no papel pálido de minha vida inquieta e irresoluta. Sou por enquanto um poço fervilhante de louros e degraus, Um passo sem fortes marcas deixadas no tempo, Um pulso que não pulsa ainda o bastante, o tanto quanto deveria, Um laço sem nó, Um azul sem tela, Uma estrela sem céu, Um navio sem mar… Um ator sem palco… Parece que o mundo não me quer deixar fazer o que sempre busquei, o que tanto sonhei. Parece a vida feiticeira que não me permite entornar o caldo com o qual sempre me fiz, me quis fazer e sempre me farei. Tenho buscado as incertezas que a vida me regala e E persisto em focar estrelas insistentemente, aquelas que sempre persegui De menino até hoje tão sonolento para a vida que encontrei noutros espaços tão imensos e… vácuos, sem um só alento, possa me trazer lampejos de esperança… E fazer-me encontrar as estrelas tão insistentemente desejadas quando criança. Devo tê-las tão logo cantem para me ninar, Tão logo eu as carregue na vida como sempre preteridas. Vejo em meus olhos as estrelas perdidas no tempo e que tanto desejo Bastem-se no momento em que um só olhar desperto venha enamorar-se por elas Para que elas possam ganhar os céus que tanto procuram para fixarem-se. E se fixarão. Por Gustavo Aragão Cardoso Os direitos sobre o textos estão reservados a autor perante a Lei de Direitos autorais. Fica, portanto, proibida a utilização ou a reprodução parcial ou total do texto sem a prévia autorização do autor.

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