Cinema Vitória está localizado à rua 24 horas (Fotos: Portal Infonet) |
De um lado, a administração da Rua do Turista. Do outro, o Condomínio do Centro de Turismo. No meio do “sanduiche”, o Cinema Vitória e apimentando tudo, uma porta localizada à Praça Olímpio Campos. O fechamento desse acesso após às 18h vem causando transtornos aos usuários do cine, que não aceitam sair pela rua de Laranjeiras, alegando dificuldade para estacionar os veículos.
A representante da Casa Curta-SE, Deisy Rocha está lamentando o fechamento da porta desde a última sexta-feira, 11 e o barulho dos shows que acontecem no local. “Na sexta-feira, foi passada uma informação informalmente de que a porta do Centro de Turismo estaria fechada após a última sessão do Cinema Vitória. Procurei o segurança e ele disse que estava registrado no livro da portaria, fui atrás e vi a determinação, o que nos deixou intrigados porque as pessoas deixaram os carros na rua Propriá, tiveram que dar a volta”, ressalta.
Deyse Rocha: "Queremos uma entrada mais segura que é pela rua Propriá" |
Deisy Rocha disse ter pedido ajuda por meio das redes sociais e por e-mail à Administração da Rua do Turista e até agora não tiveram nenhuma resposta.
“Estamos aguardando o secretário de Cultura, Elber Andrade porque temos um processo de gestão compartilhada aqui no cinema entre o setor privado, que é a Casa Curta-SE, e o setor público, que é a Secult, onde o projeto de revitalização da sala foi de autoria nossa, bem como nós que corremos atrás da verba, através de emenda parlamentar e repassamos para a secult poder executar o convênio junto ao governo federal. Pelo nosso público, estamos exigindo uma resposta. Hoje nos avisaram que por causa de uma reforma, o acesso ao cinema pode ser feito pelo lado, mas não é certo pelo fato de ser saída de dejeto. Não é essa solução que a gente quer, mas a entrada mais segura que é pelo Centro de Turismo”, ressalta.
Poluição Sonora
Kátia Lelis: "Continuaremos fazendo a política da boa vizinhança" |
Outra reclamação é por conta da poluição sonora no local. Indagada se quando o cinema chegou ao local, os shows já não aconteciam, Deyse Rocha foi enfática: “O som existia somente no horário de almoço e nas tardes das sextas às 17h e ai o cinema fazia a conciliação, começando depois para não chocar. Mas agora no final de julho começou um projeto de músicas, não que o cinema queira interferir, mas que sejam respeitados os decibéis porque os clientes do cinema reclamam e ninguém consegue vir pegar uma informação ou a gente atender um telefonema porque o som é exageradamente alto”.
Contraponto
A representante da Associação da Rua do Turista, Kátia Neri afirmou que não compete à entidade a abertura ou fechamento pela rua Propriá, mas ao Condomínio do Centro de Turista.
Entrada pela Praça Olímpio Campos |
“O que nos compete é a entrada e saída pela rua de Laranjeiras. O horário de funcionamento do Ceac é até às 17h45, as lojas e a Praça de Alimentação até às 18h e 19h. Nós ficamos abertos até às 20h só para atender o Cinema Vitória, então nós fazemos um horário diferenciado. Do palco principal pra cá, a competência é nossa e do palco pra lá, a outra administração, um condomínio que possui síndico. Como o cinema está localizado na nossa área, o acesso deve ser feito pela rua de Laranjeiras, que tem segurança”, explica.
Segundo Kátia Neri, há mais de um ano foi procurada por Deyse Rocha a procurou para informar que o pessoal do cinema acha mais seguro sair pela rua Propriá. “Como independente do contrato, nós fazemos a política de boa vizinhança, falamos com o pessoal do Centro de Turismo e pedimos para eles abrirem e fecharem no horário do cinema, mas depois ficamos preocupados, pois alguém pode entrar e se esconder. Seria interessante que Deyse Rocha conversasse com a Secretaria ou com os gestores da associação para que pudesse pagar uma pessoa para abrir e fechar a porta”, afirma.
Quanto ao barulho, ela destacou que “como o cinema não tem acústica necessária, até mesmo o barulho do liquidificador incomoda ela, além do cheiro dos alimentos, o que a faz a acender incensos Nós já tínhamos uma programação e mudamos para adequar ao público do cinema, só que agora estamos com o projeto Forró e Arte, todas as sextas-feiras das 14h às 18h, visando valorizar os artistas sergipanos e isso a incomoda, mesmo quando não tem sessão. Temos que deixar de existir para que prevaleça a vontade dela. É uma situação delicada porque o discurso dela não é de diálogo ou de briga. Semana passada um artista se apresentando, ela chamou a polícia ambiental e depois eu liguei pra eles e disseram que não tinha nada demais. A gente colabora sempre, apesar de que comercialmente falando, o cinema pra gente não é interessante, mas vamos continuar a parceria tentando uma parcimônia”.
Condomínio
Uma das integrantes do condomínio formado pelos lojistas do Centro de Turismo, Maria José da Silva afirmou não ter sido informada pelo presidente do Condomínio. “Não estou sabendo de nada, hoje foi que a moça do cinema veio falar com a gente. Na realidade, não era pra porta ficar aberta esse horário porque eles deixam a porta aberta e não colocam segurança, pode entrar uma pessoa e se esconder. As lojas fecham às 18h. Não estou sabendo quem está fechando a porta, mas o certo é providenciarem um segurança se quiseram deixar aberto até o fim das sessões”, entende.
Secretaria de Cultura
O secretário de Estado da Cultura, Elber Batalha, entrou em contato com a redação do Portal Infonet na manhã desta quarta-feira, 19, e disse estranhar o fato da Casa Curta-SE não ter procurado a secretaria para solucionar a questão. Elber Batalha acrescentou que na semana passada uma assessora da Casa Curta-SE chegou a falar com ele informalmente sobre o caso e lhe pediu que agendasse uma reunião para tratar do assunto, mas a assessora não procurou a secretaria.
Elber Batalha explicou que a solução é simples e pode ser feita com a colocação de uma porta de vidro e ar condicionado, mas é preciso que a Casa Curta-SE entre em contato.
“A gestão do prédio é feita por uma empresa privada. A secretaria apenas repassa os recursos para a Casa Curta-SE utilizar na aquisição de novos filmes. Somos fomentadores da cultura e nunca recebemos um oficio pedindo ajuda”, ressaltou.
Por Aldaci de Souza
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