Hoje chega a fazer 25 barcos no mês de junho. Os maiores medem pouco mais de um metro de comprimento e não saem por menos de R$ 150. A filha, Ana Lina, de 18 anos, já o ajuda. “Ela enfeita, mas o decorador mesmo sou eu. Gosto mais dos detalhes”, diz orgulhoso, mostrando as bandeirinhas de papel laminado coladas nos bambus. COMO É – Para quem nunca viu um barco de fogo, é bom explicar que ele é feito de “paraíba”, um tipo de madeira mais leve, enfeitado, preparado com explosivos e colocado em um arame de 300 metros. O fogueteiro acende os explosivos, espada e chuvinhas, e o barco desliza rapidamente, indo e voltando em menos de um minuto. Mas alguns barcos falham e acabam ficando no meio do caminho. Porém, quando “bate e volta”, como dizem os fogueteiros, recebem as palmas do público, que pára de assistir a qualquer show para ver um espetáculo mais brilhante. “Eu fico embaixo, não tenho medo. Queria mesmo aprender a fazer”, confessa o estudante Fábio Alexandre Cardoso, de apenas 13 anos. Por Janaina CruzDesde pequeno Carlos Alberto Conceição sonhava em fabricar barcos de fogo. O problema é que ninguém ensinava. Nascido e criado em Estância, ele ficava pelas janelas olhando a movimentação dos fogueteiros. “Eu sou o único fogueteiro de Estância que aprendeu a fazer um barco de fogo só olhando”, conta. Aos 18 anos, construiu o primeiro barco, pequeno, mas que funcionou.
Apesar de não ter vencido o concurso de barcos de fogo, que aconteceu na última quinta-feira em Estância, ele conta satisfeito que já levou a magia dos barcos de fogo para São Paulo, Curitiba, Salvador e Maceió. “Dessa vez não dei sorte. O barco não voltou. Mas tenho 14 títulos”, ressalta.
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