Anastácia: uma pernambucana que ama Aracaju

São 50 anos de carreira e mais de 700 composições gravadas por artistas de renome nacional e internacional, dentre elas “Eu só quero um xodó”. Estamos falando de Anastácia, uma pernambucana que desde os 7 anos de idade se interessou pela música e a partir daí não parou mais. “A gente perde a conta com tantas músicas gravadas por vários interpretes. Mas continuo fazendo os meus forrós, quando deixam”. Forrozeira autêntica é defensora da obra de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. “O forró tradicional não pode morrer. Ele é à base da cultura de um povo”.

Quanto ao surgimento de novas bandas e cantores de forró, Anastácia afirma que com o passar do tempo se faz uma peneira e ficam apenas os bons. “A obra de Gonzaga é eterna. O que ele começou vai ficar para sempre”. Depois de dois anos sem vir ao Forró Caju, ela está de volta ao palco Luiz Gonzaga, na praça de eventos Hilton Lopes, prometendo fazer o verdadeiro e autêntico forró como sempre fez, cantando seus sucessos, de Gonzaga e Jackson do Pandeiro. “Temos que aproveitar a fama deles”.

Anastácia não esconde o seu amor por Aracaju. “Sou pernambucana, mas adoro esta terra. A Orla está linda. É muito gratificante estar em Aracaju”. Sua relação com capital é antiga. Coube a ela, Dominguinhos e Luiz Gonzaga realizar o show inaugural do estádio Lourival Baptista, o Batistão.

DISCOGRAFIA – Anastácia foi descoberta pelo ator pernambucano Clênio Wanderley, que a levou para Rádio Jornal do Comércio de Recife. Em 1960 foi para São Paulo na tentativa de ganhar projeção musical e lá conheceu Venâncio, da dupla Venâncio e Corumbá. Foi ele quem a levou para fazer um teste na gravadora Chantecler, na qual fez um compacto e depois um LP, que estourou em todo o Nordeste com a música Uai Uai, de Venâncio e Corumbá.

Sete anos depois, viu a primeira música em parceria com Italúcia ser gravada por Noite Ilustrada. No mesmo ano foi convidada por Luiz Gonzaga para participar de um programa na TV no Rio de Janeiro, onde conheceu Dominguinhos. Nasceram então as primeiras composições, sendo que duas delas foram classificadas em primeiro e segundo lugar no Festival da Música Nordestina.

Na década de 70, atendendo a convite de Paulo do Café Sul Americano, apresentou ao lado de Dominguinhos um programa na Rádio Liberdade AM. “Naquela época não tinha televisão. Foi uma experiência notável, que permitiu conhecer quase todo o Estado. Foi um período muito bom”, revelou Anastácia, que depois regressou para São Paulo. Um dos grandes sucessos da sua carreira é  “Eu só quero um xodó”, gravada inicialmente pela paraibana Marinês e depois regravada por Gilberto Gil e uma dezena de cantores.

Artistas nacionais como Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Dominguinhos, Gal Costa, Marisa Monte, Nana Caymmi, Daniela Mercury, Emílio Santiago, dentre outros já gravaram composições de Anastácia, que também tem músicas gravadas por cantores internacionais a exemplo de Ornela Vanoni, Jimmy Tom, Nazaré Pereira e Paul Murriatt.

E o show de Anastácia no Forró Caju continua animado. A chuva ameaçou cair, mas nao afugentou os forrozeiros fãs da cantora. Ela disse que, em breve, estará fazendo uma turnê pela França. “Este é o ano do Brasil no exterior”, lembrou.

Por Ailton Sousa

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