Aperipê exibe programa especial sobre Maloca

Maloca abriga cerca de 90 famílias e resiste desde 1915 (Foto: Arquivo Infonet)
Dando continuidade à programação especial da Aperipê TV para o mês da Consciência Negra, o Especial Aperipê desta quarta-feira, 17, exibe um documentário sobre a comunidade Maloca em Aracaju, primeiro quilombo urbano de Sergipe que atualmente abriga cerca de 90 famílias.

A história do quilombo começa em 1915, quando Adelino José dos Santos mudou-se do município de Riachuelo para a capital, Aracaju, com os oito filhos para morar na região. Logo depois vieram outras famílias, mas as condições de vida eram precárias com casas feitas de caibo em formato de oca, cobertas com palha. Grande parte dos fundadores vieram de canaviais, dos engenhos de açúcar, e construíam as casas em pedaços de terra cedidos por parentes que já moravam nas proximidades.

A comunidade cresceu e em 2007, por questões judiciais, quase foram expulsas as famílias da área. No dia 7 de fevereiro do mesmo ano, a Maloca foi reconhecida como reminiscência de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura. A ONG Criliber que há mais de 20 anos atua na região teve papel fundamental no reconhecimento da área, principalmente devido a um estudo antropológico que consistiu no mapeamento da comunidade com registro em livro.

No documentário, é possível conhecer a história de várias pessoas que vivem lá. Uma delas é dona Caçula que veio de Santa Rosa de Lima aos nove anos de idade e hoje, com mais de 80, tem orgulho de ver as mudanças que aconteceram ao longo do tempo. Essas mudanças são apenas físicas e territoriais na opinião da moradora e coordenadora pedagógica Rosália Alves. Para ela, o trabalho de inclusão de comunidades quilombolas e de conscientização da população brasileira ainda está em um lento processo.

“Alguns moradores têm vergonha de dizer onde moram, pois acham que vão ser menosprezados, excluídos, ficar à margem por dizer que moram na Maloca”, afirma Rosália. Ela lembra que a população brasileira tem muitos traços da cultura africana e cita o tradicional caruru oferecido em dia de Cosme e Damião.

A ONG Criliber realiza trabalhos de inclusão como aulas de dança e percussão, além de oficinas para os jovens. “Precisamos mostrar para os adolescentes que é importante essa questão da valorização da cultura”, explica Luiz Bomfin, diretor da Criliber.

Saiba mais sobre a história e os personagens do primeiro quilombo urbano de Sergipe no Especial Aperipê. O programa vai ao ar toda quarta-feira, a partir das 19h, com reprise aos sábados, às 14h30. Vale a pena conferir a programação da Aperipê TV! Acesse o site: www.aperipe.se.gov.br.

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