A descontração e a informalidade típicas da juventude marcaram a cerimônia de entrega da premiação do 12º Concurso de Poesias da Arcádia Literária Estudantil, que aconteceu na noite de terça-feira, 12, na Sociedade Semear.
O poema vencedor foi “Do berço à cova” de Afonso Augusto Barbosa, dono do pseudônimo Dr. Pacheco. Com um estilo intimista, o eu lírico do poema apresenta suas impressões e formulações para definir o que seria a vida. Na segunda posição ficou o texto “Sombras”, de Jonas Santos de Jesus. O terceiro colocado, com a obra “Ciclo de Maria”, foi Josué Felipe Silva.
A presidente da Arcádia Literária, Talita Emily, conta que se inscreveram no concurso aproximadamente 50 pessoas. A banca examinadora dos textos foi composta pelos poetas Ilma Fontes, Felipe Freitas e Ricardo Araújo. Os vencedores receberam, além dos certificados e placas de premiação, kits de livros e os dois primeiros levaram ainda telas pintadas pelos artistas Valter Santos e Rodrigo Reis. 
Evento organizado por estudantes prestigia a poesia
A exaltação da Arte de vanguarda, expressa na abertura do evento pela declamação de “Revolução” do poeta Mário Jorge – ex-membro da Arcádia do Colégio Atheneu -, demonstra o caráter tradicional e ao mesmo tempo libertário da iniciativa.
A jornalista e poeta Ilma Fontes enxerga com otimismo a realização do concurso devido à quantidade de obras apresentadas. “Vê-se que a juventude está lendo mais e fazendo poesia”, salienta. Ela relata com agrado a qualidade dentro dessa quantidade. “Neste concurso, eu dei umas oito ou mais notas 10. E olhe que não sou de dar essa nota com facilidade”, comenta a artista que estudou no Atheneu de 1958 a 1965.
Tradição
Fundada em 1956, a Arcádia do Colégio Atheneu Sergipense reuniu durante toda sua história ícones da intelectualidade vanguardista literária sergipana. Nomes como Mário Jorge e a própria Ilma Fontes, dentre outros, deram seus primeiros passos artísticos no grupo. 
Ilma Fontes
Durante o governo do general Médice, na ditadura militar, a Arcádia do colégio que era um dos principais focos de resistência ao regime foi fechada. Somente em 1996 ela foi reaberta e desde essa data é realizado anualmente o concurso de poesia.
Representando a nova geração, Talita Emily ressalta a importância e tradição da iniciativa. “Um evento que já dura 12 anos ininterruptos e organizado por estudantes, o que é muito difícil, cumpre um papel importante para levar a cultura do nosso Estado adiante”, conclui.
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“Do berço à cova”, poema vencedor do concurso, de Afonso Barbosa
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