O multimídia Arnaldo Antunes recebeu a imprensa sergipana, agora há pouco, para uma coletiva no Quality Hotel Aracaju. Poeta, compositor e cantor, o paulista falou sobre suas inúmeras parcerias e diversas experiências ligadas a arte. Desde muito jovem, Arnaldo sempre esteve envolvido em projetos ligados à música. No colégio “Equipe” da cidade de São Paulo, cidade onde nasceu, seu talento se tornou mais visível através do Centro Cultural, que na época tinha à frente o apresentador Serginho Groissman e foi onde conheceu a maioria dos integrantes do grupo Titãs. “No Centro Cultural desenvolvíamos um trabalho de música, onde buscávamos inspiração em verdadeiros mitos da música popular brasileira, como Cartola. Apesar de ter desenvolvido um trabalho mais ligado ao Rock, sempre fui um bom ouvinte e sempre busquei usar tudo o que eu conhecia em meu trabalho. No Centro Cultural também desenvolvemos trabalhos ligados ao cinema, teatro e poesia. Foi um berço para mim, que ajudou a construir o artista que sou hoje”, comenta Arnaldo Antunes sobre sua experiência no Centro Cultural do colégio Equipe. Além de cantor e compositor, Arnaldo já produziu filmes e publicou suas poesias concretas em livros. Segundo o artista, sempre procurou mesclar todos esses segmentos em seus shows. Usando vídeos de forma interativa com o cenário, musicando poesias e realizando um trabalho de interpretação cênica não só através de suas performances, como dos figurinos utilizados em seus shows. Sempre houve uma correlação entre diversos meios artísticos, uma verdadeira celebração, misturando música, cinema e teatro em um espetáculo que agrada aos olhos de quem vê. Recentemente, o cantor realizou uma boa parceria com Carlinhos Brown e Marisa Monte, formando o grupo “Tribalistas”. O álbum dos três parceiros veio como conseqüência de um trabalho em conjunto que vêm realizando há anos. “As pessoas perguntam quando vamos gravar um novo CD ou se é o fim dos ´Tribalistas´. Não acabou e jamais deixaremos de realizar parcerias, como sempre fizemos, mesmo que isso não venha na forma do trabalho que desenvolvemos no grupo. Inclusive no meu novo álbum, o ´Saiba´, tem músicas em parceria tanto com Carlinhos Brown como com Marisa Monte”, explica Arnaldo. Com relação ao seu mais recente CD, o cantor falou da dificuldade que foi em escolher o repertório. Buscando composições antigas e musicando poesias novas, o artista conseguiu, por eliminação, selecionar as 14 músicas do álbum ´Saiba´. “Foi muito difícil escolher o repertório deste CD, pois eu já tinha composições engavetadas que pretendia musicar, assim como idéias novas também. Fui escolhendo e acabou que até músicas feitas em cima da hora, que nem existiam, entraram no repertório. Mas no show a coisa é diferente, canto músicas dos Tribalistas, dos Titãs e músicas que fiz para cinema como ´Alegria´, uma regravação que fiz para o filme ´Benjamim´ de Monique Gardenberg”, comenta o cantor. Mesmo deixando de lado o Arnaldo Antunes cineasta, suas experiências passadas resultaram em conhecidas parcerias. No cinema, o cantor teve suas músicas na trilha sonora de filmes como, ´Dois Perdidos Numa Noite Suja´, adaptado da obra de Plínio Marcos, dirigido por José Joffilye, e recentemente na trilha sonora do filme de Monique Gardenberg, ´Benjamin´, inspirado em obra homônima de Chico Buarque. No teatro, as músicas do seu disco ´Nome´, se transformaram no repertório do espetáculo ´Versos´ do Grupo de dança goiano, ´Quasar´. Outra participação de Arnaldo no mundo da dança veio quando o grupo “Corpo” convidou o compositor para produzir a trilha para o seu espetáculo “O Corpo”. Com tudo isso, pode-se afirmar o talento multimídia do artista, que se apresenta em Aracaju pela primeira vez como artista solo, através do projeto MPB Petrobras, que acontece hoje, dia 20, e amanhã, dia 21, no Teatro Tobias Barreto. “Esse projeto da Petrobras possibilita um maior contato de artistas nacionais com o público de diversos Estados do país. Eu só havia me apresentado em Aracaju quando fazia parte dos Titãs, hoje graças a essa parceria, posso me apresentar como artista solo em cidades como Aracaju, que sempre tive vontade, mas nunca tive oportunidade”, diz Antunes. Por Theo Alves