Arraiá da Cultura: Forró para todos os gostos e idades

Dividido por uma extensa banca de comidas típicas, o Centro de Convenções ganhou dois ambientes. Num as luzes apagadas completavam o clima para se dançar muito forró e namorar, enquanto no outro, se espalhavam mesas e cadeiras ocupadas por gente de todas as idades, de bebês a idosos. A união desses espaços deu o tom do “Arraiá da Cultura”, evento promovido pela Rádio Cultura de Sergipe há oito anos. Na festa, que começou com uma oração coletiva onde foram rezados um Pai Nosso e uma Ave Maria, valeu de tudo para se divertir: dançar, pular, gritar e cantar junto com as atrações da noite, que empolgaram o público de mais ou menos, 3500 pessoas, quase o dobro do ano anterior. O evento que cresce a cada ano tem como objetivo ajudar na manutenção da Rádio. Toda a renda arrecadada seja com a venda de comidas, bebidas ou rifas, é destinada ao pagamento das despesas da emissora, sejam contas ou salários. “A renda do Arraiá nos ajuda, dentre outras coisas, a pagar o 13ª salário dos nossos funcionários”, enfatiza Wedson Araújo, integrante da organização do evento e Administrador da Comunidade Shalom, proprietária da Rádio Cultura no Estado.
AS DIFERENÇAS – Organizado com quatro meses de antecedência, o Arraiá possui algumas diferenças quando comparado com outras festas do gênero. Uma é que, apesar do grande público e da venda de cerveja, não se notam excessos por parte dos presentes, a festa tem um forte caráter familiar, fazendo juiz ao slogan usado pela rádio: “Arraiá da Cultura: o Forró da Família”. A todo instante isso se confirma, seja na presença de um grande numero de crianças, e de famílias inteiras, ou pelo próprio comportamento comedido e moderado do público. Chega a ser comum os pais levarem colchonetes para que as crianças possam dormir, enquanto a festa não termina. A outra diferença está na seleção das bandas, e mais propriamente das musicas tocadas. “Devido ao nosso caráter evangelizador, analisamos os repertórios e fazemos uma triagem do que pode ou não tocar. Não permitimos músicas que sejam contra os valores cristãos e humanos, e que incentivem o fim do casamento e a permissividade”, explica Wedson
O PÚBLICO – Engana-se quem pensa que o público do Arraiá é todo formado por moradores da Capital. Segundo Gilvânia do Espírito Santo, coordenadora da equipe de representantes da Radio no interior, são organizadas caravanas de vários municípios, a exemplo de Salgado, Riachaõ do Dantas, Itaporanga, Estância, São Cristóvão, Siriri, Cedro, Paripiranga, Própria e Lagarto. Além disso, são elas que trazem as comidas típicas que são vendidas durante a festa. Fátima Souza, representante de Riachaõ explica que cada município fica responsável por levar um prato. Entretanto, independente de onde vêm, as pessoas aprovam a iniciativa. Para o senhor José Soares, oficial de justiça aposentado, e sua esposa, Maria do Rosário, o Arraiá é ótimo. Freqüentadores desde a primeira edição do evento, eles apenas sugerem que também sejam vendidas mesas para que, principalmente os idosos, possam ter seus assentos garantidos. Os namorados também compareceram ao evento. Para o casal Daniela Sandes, professora e Márcio Cleber, técnico em detetização, o Arraiá da Cultura foi um bom programa, por ser perto de onde moram e, principalmente, pela tranqüilidade e pelo ambiente familiar. Este também foi o argumento usado por Edna Carvalho e Denisson de Souza, ambos estudantes, para terem ido ao Centro de Convenções. “Esta é a primeira vez que venho. Estou gostando muito e pretendo voltar, completa Edna. AS ATRAÇÕES – A primeira banda da noite foi Forró Brasil, que tocou das 21h às 23h30. Logo depois quem subiu ao palco para animar o público foi Erivaldo de Carira que, com um forró mais tradicional, embalou os participantes até às 2h. Para ele, tocar no forró promovido pela Cultura tem um significado especial. “Fico muito feliz e radiante de alegria de estar nessa comunidade amada por Deus. Aqui agente, toca e canta com amor, por que a festa é tranqüila, as pessoas brincam com muita paz”, declara o cantor. Quando questionado sobre a triagem do repertório feito pela organização, Erivaldo diz que não se incomoda, que pra ele está tudo bem. A ultima atração da noite foi Xote e Baião. A banda que está com a agenda cheia, com shows marcados inclusive na Bahia e em Brasília, acaba de lançar seu mais novo trabalho. Um CD ao vivo que reúne os principais sucessos de seu primeiro CD, além de pupurris com músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Trio Nordestino. A banda está muito feliz com o resultado do trabalho. “Apesar do tempo de nove meses entre a gravação e o lançamento, temos notícias de que o público está aceitando bem o nosso novo trabalho”, diz Vinícius Nejain, vocalista da banda. Contudo a maior surpresa do CD são as participações especiais de Amorosa, Trio Nordestino, Adelmário Coelho e Binho. A Xote e Baião também não teve contratempos com a pré-seleção do repertório. “Nossas músicas falam de amor, de relacionamentos e da cultura do nordeste, então não tivemos problemas com a triagem”, explica Vinícius. A banda subiu ao palco 2h45 para só parar às 5h. Por Alice Thomaz

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