Artes A Gosto na Assembléia Legislativa

Copacabana. Sentados à beira do mar, poetas, escultores, músicos e artistas em geral se deixaram levar pelas curvas do calçadão e compuseram obras que sobreviveram ao vai e vem da maré. Apesar de não ter nada a ver com o Rio de Janeiro ou com a praia citada, a exposição “Artes A Gosto”, promovida pela Assembléia Legislativa de Sergipe, ganhou um ar de maresia ao som da bossa nova de Gwendolyn Thompson, cercada por obras de José Fernandes, Pinto, Naide Barbosa e Jozailto Lima.

José Fernandes

 

De acordo com o jornalista Jozailto Lima, que relançou seu novo livro “Retratos Diverso”, o encontro entre o jornalismo e a poesia, no seu caso, se dá pelas bordas, ou pelo vácuo, como ele mesmo define. “Se você é jornalista tem que se acostumar com uma dinâmica diferente da poesia. O jornalismo é racional e a poesia abraça a emoção”, explica o poeta.

 

O jornalista disse ainda que o que não consegue transmitir através de seus textos no jornal é dito através dos versos. Ele também aproveitou a oportunidade para elogiar o trabalho dos escritores sergipanos, que, segundo ele, é comparável ao de artistas nacionais. “A poesia não tem barreiras nem limite geográfico”, completou.

Gwendolyn Thompson

 

No entanto, é preciso cantar – O verso da música interpretada por Nara Leão não é suficiente para explicar a força de uma sergipana, nascida na Bahia, que sobrevive através da música e que faz sua voz ecoar pelas casas de show aracajuanas. Gwendolyn Thompson não é nova na música, mas só agora começa a ser valorizada por seu trabalho.

 

A cantora, adepta da Bossa Nova, traduz o sentimento inicial do ritmo, que nasceu após a divisão do Rio entre Morro e Zona Sul, quando os jovens cariocas uniram o jazz norte americano ao samba brasileiro. Gwendolyn não estava lá para fundar o ritmo, mas é uma das nordestinas que mais o representa com suas composições próprias.

Jozailto Lima

 

O concreto esteve representado na “Artes A Gosto” através dos quadros de José Fernandes e das esculturas de Pinto. “As obras que estão aqui foram selecionadas por Dinho Duarte e representam as várias fases da minha vida. É uma comemoração dos 30 anos de arte”, explicou Fernandes. Já Pinto levou para o hall da casa legislativa esculturas de santos que remetem ao Barroco. Nas conversas de corredor, o comentário: “ao menos uma vez, o Paraíso esteve presente à Assembléia”.

 

A última, mas não menos importante do grupo, é Naide Barbosa. A imagem, o visual, a união entre o que um dia já foi concreto, mas que agora é virtual, está representada pela itabaianense. Pode-se dizer que um pouco da História Moderna de Aracaju está muito bem documentada pelas lentes de Naide.

Naide Barbosa

 

“Este é um mês auspicioso, os dias da fotografia, dos artistas e do folclore estão todos no mês de agosto. Nos reunimos aqui para aplaudir talentos já consagrados em um Estado em que a dificuldade de se fazer presente não impede que as pessoas possam se auto-afirmar como produtores das artes”, disse José Carlos Teixeira, secretário de Estado da Cultura. “Ter gosto pelas artes é a única forma de entender o mundo”, encerrou o presidente da Assembléia, Antônio Passos.

 

Por Wilame Lima

 

Veja a galeria de fotos do evento na seção E-VENTOS.

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