Assis Ângelo destaca a boa qualidade da música do Trio Nordestino

Pela segunda vez como palestrante no Fórum de Forró, o jornalista Assis Ângelo abordou este ano o tema Trio Nordestino 45 anos de carreira: A história do trio de forró mais popular do Brasil, na abertura do evento promovido pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju). Assis, que também é escritor, radialista e pesquisador da música nordestina, destacou a qualidade do trabalho do Trio Nordestino e sua contribuição para a música brasileira. Confira trechos da entrevista concedida ao Portal InfoNet.     

 

PORTAL INFONET – Qual a importância de um evento como o Fórum de Forró para cultura nordestina? 

ASSIS ÂNGELO – Acho que todas as prefeituras brasileiras deveriam seguir o exemplo da realização desse Fórum de Forró. Todas elas deveriam promover discussões sobre as manifestações culturais de cada cidade, região. Então, o fórum de Aracaju tem a importância de discutir um tema musical desenvolvido por um artista ou um grupo. É a cultura brasileira que está sendo discutida, propagada, fazendo com que as pessoas entendam mais sobre o que estão vendo e ouvindo. E para nossa alegria o fórum hoje está lotado.  

 

INFONET – Qual a contribuição do Trio Nordestino para a música regional?

AA – O Trio Nordestino não apenas contribui para a música regional, nordestina, mas para a música brasileira. O Trio Nordestino, pelo alcance e qualidade do trabalho desses anos todos, tem contribuído fortemente para mostrar a boa qualidade da música brasileira que parte do nordeste.   

 

INFONET – O que fez do Trio Nordestino o grupo de forró mais popular do Brasil? 

AA – O Trio Nordestino não se caracteriza somente pelo forró, tem xote, baião, samba, coco, rojão. As primeiras músicas que o trio gravou são coco e rojão, que são ritmos populares. O rojão foi criado por Jackson do Pandeiro nos anos 50.

 

INFONET – De que forma o Trio Nordestino manteve a tradição do autêntico forró, mesmo depois de três formações do grupo? 

AA – Aí está a beleza de uma região com pessoas conscientes do trabalho que estão fazendo. Felizmente não é só o Trio Nordestino que age dessa forma. Em São Paulo, temos um grupo chamado Demônios da Garoa, que está completando 60 anos e começou gravando toadas e baiões e se popularizou como intérprete de samba.   

 

INFONET – Você poderia descrever o perfil do público do Trio Nordestino? 

AA – Eu diria que são todas as pessoas que gostam do que é bom. É importante lembrar que o forró é muito mais que um ritmo, é um conjunto de ritmos musicais, criados a partir da região nordeste, que podem ser identificados como forró.

 

INFONET – Em algum momento, o que está sendo chamado de forró eletrônico interferiu no trabalho do trio? 

AA – Estamos num mundo globalizado, em que vale tudo e se pensa que tudo pode ser comprado. Mas a eternidade não se compra e ela está na arte, por exemplo. O Trio Nordestino foi eternizado por seus fundadores. O que é bom fica eternamente. Então esse tipo de trabalho que vem sendo massificado na mídia é uma onda que chega, derruba tudo e passa, mas o que foi derrubado se reergue pela qualidade que tem, porque a natureza não deixa morrer.

 

Por Márcia Santos

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