Combate as DSTs e Aids será intensificado no período junino

Com um mote típico dos festejos juninos e cheio de rima: “Seja Xote, Xaxado ou Baião, tenha sempre uma camisinha na mão”, a Coordenação Estadual do Programa DST/Aids lançou na noite passada, na Casa de Forró Cariri, a campanha de prevenção a doenças sexualmente transmissíveis a ser desenvolvida durante o São João em Sergipe. Este ano a campanha será intensificada e a previsão é de que mais de 40 mil preservativos sejam distribuídos entre os forrozeiros, 10 mil a mais do que no ano passado.

A campanha, que tem como objetivo orientar sobre a importância do preservativo nas relações sexuais, apresenta como peças publicitárias o outdoor, busdoor, banner, bandeirolas, faixas, folheto informativo, porta-camisinha, praguinha, chapéu estilo country, camiseta e jingle para emissoras de rádio, principalmente do interior.

Segundo o coordenador Estadual do Programa, o médico Almir Santana, com base em experiências

Almir Santana preocupado com avanço das DSTs e Aids
anteriores, a distribuição de preservativos não será feita de forma aleatória. Nos locais de festa, nas cidades sergipanas que solicitarem a presença do Programa DST/Aids, serão montadas barracas ou stands para fazer a entrega de camisinhas. “Sabemos que não funciona distribuir camisinhas entre os participantes das festas. Quem estiver interessado, com certeza, vai procurar a barraca ou estande”, afirma o coordenador.

Almir Santana explicou que na campanha se buscou trabalhar com um tema regional e alegre para que as pessoas possam entender a proposta. “Não adianta usar uma linguagem sofisticada, tem que se falar a língua do povo”, disse o coordenador do Programa, acrescentando que os prefeitos que desejarem ter o município incluído, devem manter contatos com a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Até o momento dez cidades já se incorporaram a campanha que é promovida pela Coordenação Estadual do Programa DST/Aids, em parceria com Organizações Não-Governamentais (Ongs), Ministério da Saúde, Secretarias Municipais e Estadual de Saúde e de Turismo. 

BATALHA – Apesar do esforço no combate ao avanço da Aids, dados do Programa Estadual indicam que houve um crescimento no número de casos de Aids, situação que é atribuída por Almir Santana à pobreza, baixo nível intelectual da população e o acesso difícil à saúde. A infecção pelo HIV tem aumentado, principalmente em pessoas pobres, mulheres casadas e homens heterossexuais.  Sergipe registrou desde 1987 até este ano 1.308 casos de Aids com 485 óbitos, sendo 913 homens, 395 mulheres, 41 crianças com 485 óbitos. Dentro dessa estatística Aracaju lidera o número de casos com 600 registros, enquanto Nossa Senhora do Socorro vem em segundo lugar com mais de 100.

O Programa Estadual DST/Aids existe há 18 anos, sendo que há cinco são realizadas campanhas em períodos de festa a exemplo do carnaval, Pré-Caju e festejos juninos. “Atualmente as pessoas aceitam mais a camisinha. Para se ter uma idéia há dez anos o programa distribuía uma média de 25 mil preservativos. Hoje, mensalmente são distribuídos 330 mil. O povo fica na expectativa do lançamento da campanha, porque se não for feita, ele vai cobrar”, afirma o coordenador do programa. 

RISCO – Depois da Aids, o HPV é o vírus que mais tem se disseminado através da relação sexual.

José Lima, secretário de Estado da Saúde
Alguns tipos desse vírus podem provocar câncer de colo de útero ou de pênis. Ao contrário do que muitos pensam, a maior incidência de casos de Aids é registrada entre heterossexuais.

“Antes a Aids era tida como uma doença homossexual. Mas a questão é que quem era do grupo de risco passou a se cuidar”, revelou o secretário de Estado da Saúde, José Lima Santana, que acompanhou o lançamento da campanha de prevenção a Aids na Casa de Forró Cariri. Ele disse ainda, que o trabalho preventivo redunda num gasto bem menor em relação ao tratamento. “No mundo interior tem se procurado prevenir as doenças, seja no sistema público ou particular. Isso é o que chamamos de ações preventivas para promoção da saúde”, concluiu o secretário.

Por Ailton Sousa

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