Em cartaz por todo o país com o espetáculo “O Último Capítulo”, a atriz, apresentadora e Youtuber Mariana Xavier já desembarcou em Aracaju onde se apresenta no Teatro Atheneu, neste sábado, 1°, e domingo, 2, às 21h e 20h, respectivamente.
Na peça, a atriz dá vida a personagem Berenice, uma romântica e sonhadora diarista apaixonada por novelas, que vive um relacionamento conturbado com Dagoberto, um desempregado crônico fanático por futebol. Eles formam um casal que se ama, mas acha que chegou a hora de se separar.
Em entrevista concedida ao Portal Infonet, intermediada pela assessoria de Comunicação da Villela Produções, a atriz explica os temas abordados em seu espetáculo, além de questões que envolvem sua carreira. Confira!
Portal Infonet – “O Último Capítulo” é uma peça que se passa em um tempo em que não havia internet ou celular, quais os tipos de reflexões que o espetáculo traz?
Mariana Xavier- Acredito muito na comédia como ferramenta de crítica e de reflexão. Acho que fica mais fácil e mais gostoso fazer o espectador pensar sem sentir o peso disso quando a gente o desarma através do riso. Na história de Berenice e Dagoberto, não tem internet nem celular, mas tem televisão e radinho de pilha… Acho que no fundo, no passado que a peça aborda ou no nosso presente, estamos falando da falta de diálogo entre os casais. Das distrações que acabam distanciando pessoas que moram sob o mesmo teto e as impedindo de enxergar as necessidades do relacionamento.
Infonet -De onde veio a inspiração para compor a personagem?
MX- Berenice é uma representação da maioria de nós, mulheres brasileiras. Mulheres fortes, batalhadoras, mas que preservam no íntimo uma fantasia, um romantismo, um desejo quase inocente de ser feliz como nas novelas. Misturei essa observação da vida real com os clichês das novelas. A comédia permite essa brincadeira, esse exagero. Mas ela é fã da viúva Porcina, então tem um quê dela também.
Infonet -Como começou essa parceria com o ator Paulo Mathias JR?
MX- Eu e Paulinho já nos admirávamos mutuamente há anos e sonhávamos em trabalhar juntos, mas nunca rolava. Finalmente aconteceu quando eu decidi produzir “O Último Capítulo” e essa parceria já dura felizes dois anos e meio. Mas desde março desse ano eu tenho um segundo marido, Cléber Salgado, que alterna o papel com o Paulinho e que fará o espetáculo aqui em Aracaju, já que por questões contratuais o Paulinho tem que priorizar a agenda de gravações do Zorra. Cléber é também um grande ator! Ele já havia sido meu par romântico numa outra comédia, em 2006, e vínhamos nos encontrando em alguns trabalhos pontuais, como uma participação que ele fez em “Minha mãe é uma peça 2”. Tenho muita sorte de ter dois companheiros tão incríveis e que o público ama tanto!
Infonet -Em algumas entrevistas você mencionou que o espetáculo não possui palavrões, “e ainda assim faz a plateia passar mal de rir”. Como você enxerga esse tipo de humor (com palavrões) que é explorado cada vez mais nas comédias?
MX- Eu Mariana pessoa física falo muito palavrão, mais do que gostaria até. Não sou puritana nesse sentido… Acho que há situações, na vida real e na dramaturgia, em que só o palavrão expressa com precisão nossa emoção, mas não gosto da banalização. Não gosto do palavrão gratuito como único recurso para fazer rir. Acho que não precisa. Acredito que dá para fazer comédia popular e comercial sem baixaria, sem apelação, e é isso que tenho procurado fazer. Tenho um público infantil muito grande e quis que esse público também pudesse conhecer meu trabalho no teatro.
Infonet -Sua imagem ainda é conhecida pelo grande público por conta do papel que fez no filme “Minha mãe é uma peça”. Você vê essa questão como positiva ou negativa quando interpreta uma nova personagem? Têm medo que o público não desassocie sua imagem da personagem Marcelina?
MX- A Marcelina é uma personagem muito marcante e muito importante na minha carreira. Fico feliz que as pessoas gostem dela, que tenham carinho. Eu também a amo, me divirto, sou super grata pela projeção que o filme me deu, mas acho que ator nenhum gosta de ficar restrito a uma personagem. Dizer “a mim você vai ser eternamente a Marcelina” não é exatamente um elogio… rs. Eu digo que o grande barato da minha profissão é justamente poder viver várias vidas numa encarnação só. Marcelina foi só uma dessas vidas. Eu não sou ela. Combater rótulos é uma batalha pessoal minha. Está lá meu canal no YouTube, o Mundo Gordelícia, que não me deixa mentir.
Infonet – Que mensagem você quer deixar para o público?
MX – Minha mensagem é uma reflexão e um pedido. Estamos vivendo um momento muito louco em que as pessoas mergulham na tecnologia e não aproveitam as oportunidades de contato humano, do abraço, do olho no olho. Uma época de valores invertidos e superficiais em que olham para uma “celebridade” pensando em ostentar a foto com ela nas redes sociais, mas esquecem que ali existe um artista, com um ofício que precisa e merece ser prestigiado. Olhe com atenção para as pessoas que estão ao seu redor, viva verdadeiramente os momentos com sua família, seus amigos, quem é precioso para você. E prestigie o artista de quem você gosta. Compre o livro, veja a palestra, assista à peça, vá ao show. O que se leva dessa vida é a vida que se leva.
por Yago de Andrade
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