Considerada a precursora da Drag Music em Sergipe, a cantora e compositora sergipana Jullya Murvack segue colhendo os frutos de muito trabalho e o sucesso do seu álbum autoral “Pantera”.
Apaixonada pela música pop, Jullya também presenteia o público com hits em outros ritmos e, com isso, segue ganhando visibilidade no cenário musical e se consolidando como uma das principais representantes culturais da comunidade LGBTQIA +.
A cantora conversou com o Portal Infonet, contou sobre a sua trajetória e o sucesso do seu primeiro álbum. Confira!
Portal Infonet – Como a artista Jullya Murvack nasceu?
Jullya – Eu cantava na igreja desde criança, sempre tive um enorme desejo em ser artista e viver disso. Minha primeira influência na música foi a Banda do meu Tio, Banda Gospel “Sonho de Paz”. Foi nela que tive o meu primeiro contato com uma banda, e assim despertando o meu desejo de cantar. Alguns anos se passaram e eu comecei a estudar música de forma independente, mesclando o meu desejo de ser cantora com a arte Drag, o que me dá uma sensação de poder e uma identidade artística.
O nome Jullya foi minha mãe quem me deu. Ela conta uma história de quando estava grávida de mim, achava que eu era do gênero feminino, pois a ultrassom havia dado menina. Só depois de um tempo, descobriu que eu não seria do mesmo gênero que foi dito no resultado da ultrassom (kkkkk). Mas daí, o nome ficou. Cresci e me identifiquei com o nome ao saber da história. Já o sobrenome “Murvack”, foi em 2018 que meu amigo Lucas Sacar criou “as irmãs Murvack”. Sendo eu, ele e Renatto Lucker, Drags Sisters. Ao passar do tempo, o nome ficou e estou aí honrando o nosso legado (rsrsrs).
Voltando um pouco na linha do tempo, as minhas primeiras apresentações como Drag foram ainda na escola. Foi a primeira vez que senti as pessoas vibrarem com a minha arte. Em 2017, lancei meu primeiro projeto musical, porém como era algo sem recursos e bem “amador”, eu removi o EP de todos os lugares. Só em 2019 que lancei meu primeiro trabalho profissional levando o meu nome de Sergipe a fora.
Portal Infonet – Para você, como é ser a precursora da Drag Music aqui em Sergipe?
Jullya – É super gratificante e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade, uma vez que represento o início de uma nova geração de artistas e da música em Sergipe. Sei que estou trilhando o caminho certo. Fazer a cena crescer cada vez mais, esse é o meu objetivo. Sei que meu trabalho é extremamente importante e outras pessoas se inspiram. Recebo mensagens de pessoas que acompanham o meu trabalho e vejo como estamos conseguindo abrir, aos poucos, espaços onde artistas LGBTQ daqui não tinham.
Portal Infonet – Sabemos que é difícil fazer sucesso no mercado musical, ainda mais no que diz respeito à aceitação da Drag Music pela população. No entanto, você tem quebrado essa barreira aos poucos e alcançado cada vez mais visibilidade dentro desse mercado. Na sua opinião, o que tem proporcionado esse sucesso?
Jullya – Muito estudo e dedicação! Meu trabalho foi bem pensado desde o início para que eu pudesse falar com diversos públicos cantando em diversos ritmos! Sendo uma cantora pop, busquei estudar a forma com a qual as pessoas iriam se identificar com o meu trabalho. Mas sempre ressaltando os ritmos nordestinos e reforçando sempre a qualidade das minhas músicas e os temas abordados nas canções.
Portal Infonet – Quando você começou, imaginou que teria a representatividade que você é hoje ?
Jullya – Então, no início eu achava que somente os meus amigos iriam ouvir as minhas músicas e olhe lá. Só que eu fui percebendo que o material que eu tinha era muito bom! E que tomou uma grande repercussão no estado. Foi daí que começamos a acreditar e investir mais nesse sonho.
Portal Infonet – A que se deve, o momento em que você ficou em “stand-by”? Por que esse momento marca duas gerações da Jullya?
Jullya – Eu precisei dar uma pausa para poder recalcular a minha rota, mudar as minhas estratégias e repensar o que eu estava fazendo com a minha arte. Devemos sempre pensar na evolução e crescimento. Eu precisava assumir o controle da situação e ter a decisão de dar mais um grande passo, que foi o lançamento do meu primeiro álbum.
Portal Infonet – O álbum “Pantera” recentemente lançado é composto pela mistura de diversos ritmos. Porque você decidiu fazer essa simbiose?
Jullya – Por ser uma cantora pop, eu não queria que meu primeiro grande trabalho resumisse o meu talento em um ritmo só. Eu precisava me comunicar com públicos diferentes, por isso, investi nessa diversidade musical.
Portal Infonet – O álbum “Pantera” bateu mais de 100mil streams no Spotify em menos de uma semana. Para você, o que esse número significa?
Jullya – Um grande esforço e dedicação de anos. Persistência e estudo. Os números são apenas consequência do árduo trabalho. É importante traçar metas e analisar esses resultados. Porém, é mais importante ainda saber que a galera está curtindo o álbum e que essa espera valeu a pena.
Portal Infonet – Quais serão os próximos passos? Tem novidades vindo por aí?
Jullya – Como uma boa geminiana e a frente do meu tempo, estou compondo novas músicas para o meu segundo álbum. Porém, focando na atual era, quero gravar mais clipes e lançar mais feats para o segundo semestre deste ano. O objetivo é que as pessoas possam se identificar com cada versão minha.
Por Luana Maria e Verlane Estácio
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B