Cooperativa defende o rock sergipano

Que Sergipe tem talentos no mundo do rock, disso ninguém duvida. Mas encontrar novas bandas e lançá-las aos olhos do mundo nem sempre é tarefa fácil, muito menos quando se vive em uma cidade como Aracaju, onde as oportunidades para o meio artístico parecem ser pré-destinadas a poucos. Com o intuito de tentar reverter este quadro e fortalecer a imagem do rock sergipano, foi criada a Cooperativa de Rock de Sergipe – Cooperock. Para saber um pouco mais sobre a iniciativa, a equipe do Sergipe Cultural bateu um papo com o Alexandre Ramos, um dos representantes dessa nova trincheira. Popularmente conhecido como “Chacal”, ele nos falou um pouco sobre o trabalho que vem sendo realizado pela Cooperativa e comentou como é estar engajado na tentativa de alavancar o rock em nosso Estado. Confira a entrevista. SERGIPE CULTURAL – Como surgiu a idéia de criar uma cooperativa para o rock? Chacal – Há algum tempo, um grupo de amigos que gosta de rock resolveu tentar impulsionar as bandas locais. Foi justamente daí que surgiu a idéia. O nosso principal objetivo é encontrar novas bandas e mostrar o trabalho delas às pessoas. O mercado local é muito fechado para o rock. Por isso, é importante abrir espaço para que esses grupos também possam crescer. SC – Há quanto tempo vocês já vêm desenvolvendo esse trabalho? Chacal – A Cooperativa foi criada há cerca de um ano. A nossa primeira reunião ocorreu na Universidade Federal de Sergipe, quando fizemos um show lá. E, do começo para cá, não paramos mais. O público já está até reclamando que está havendo eventos demais. [risos] E fico feliz por ver que a idéia está dando certo. O reconhecimento está sendo bem legal. E o interessante é que várias bandas novas estão vindo prestigiar o nosso trabalho e participar junto com a gente. O público também está bem interessado. SC – Falando então das bandas, quantas estão inscritas na Cooperativa até o momento? E quem quiser se cadastrar? Tem que pagar alguma taxa? Chacal – Ao todo, creio que já são umas 40 ou 50 bandas. Com relação à taxa, até hoje nós nunca cobramos nada a nenhum dos grupos. Porém, estamos pensando em instituir valor simbólico de R$ 5 para cada banda, para que possamos manter os shows. Patrocínio, hoje em dia, é uma coisa muito complicada, difícil de se conseguir. Além disso, essa taxa, quando dividida entre os integrantes de cada banda, vai dar um valor muito pequeno para cada um deles. Acho que vai ser bom para todos, já que a gente vai estar se unindo para investir em um objetivo comum. SC – Boa parte dos shows da Cooperock são realizados na Casa Laranja, que, inclusive, tem se destacado bastante entre o meio alternativo aqui na cidade. Existe alguma ligação direta entre o estabelecimento e a Cooperativa? Chacal – Há algum tempo, nós criamos o Barulho, um evento aberto para a cultura alternativa, no qual as pessoas podem para manifestar, da maneira que quiserem, seus protestos aos problemas da sociedade. Elas podem cantar, gritar, recitar poesia, tocar algum instrumento… Enfim, estão livres para agir como bem entenderem. E nós conseguimos incluir o evento no Mercado Rock, que ocorre todos os domingos na Casa Laranja e que atende a todos os gostos musicais. Blues, trash, heavy metal… Nele tem todo tipo de rock, para os mais variados tipos de público. SC – Levar um projeto como esse adiante nem sempre é fácil. Vocês estão tendo alguma dificuldade para dar continuidade a ele? Chacal – Para falar a verdade, estamos passando por alguns problemas financeiros. Estamos meio sem grana. Mas, de qualquer maneira, pretendemos continuar organizando os shows. Para isso, as bandas irão se unir, para pagar qualquer prejuízo que possamos ter. Para a gente, o que importa mesmo é tocar, fazer música. SC – E o cenário do rock? Que avaliação você faz dele aqui no Estado? Chacal – Está melhor. Apesar de ainda haver muito modismo, aquelas figuras mais antigas do rock da cidade estão voltando a ir aos eventos. E, por falar nisso, eu queria aproveitar para fazer um protesto em nome da Karne Krua. A banda já está com quase 20 anos de carreira. Os caras estão loucos para tocar, mas não aparece ninguém para oferecer estrutura. Acho isso um desrespeito com uma banda tão importante como essa, que revolucionou o cenário do rock sergipano. Por Fernando Freitas

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