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Secult adia lançamento de curtas aprovados em edital para 24 de abril (Foto: Secult) |
No dia 24 de abril, a partir das 19h, o Teatro Atheneu será palco para o lançamento oficial dos cinco projetos contemplados no ‘Edital de Apoio a Produção de Obras Audiovisuais Digitais de Curta Metragem’, lançado pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). Antes previsto para 24 de março, o lançamento foi adiado a pedido de todos os produtores dos filmes, que formalizaram o pedido à Secult sob o argumento de que precisavam de um mais tempo para a finalização.
Tido como grande incentivador da produção e do resgate histórico de fatos e personalidades sergipanas, o Edital tem servido como estímulo para produções audiovisuais dos mais diversos gêneros, entre eles, animação, ficção e documentário.
Sobre os curtas
Contemplado no gênero animação, ‘Conflitos e Abismos: a expressão da condição humana’ tem a autoria da cineasta e produtora cultural Everlane Moraes. A produção trata da história do artista plástico sergipano José Everton Santos, analisando a estética do seu trabalho e enfatizando a sua concepção sobre o universo artístico. O principal objetivo é tratar filosoficamente sobre a relação existente entre arte e vida, usando um tema ao qual o artista se detém: a expressão da condição do homem.
Ficção
Duas produções de curta metragens, do gênero ficção, foram aprovadas no Edital. Um deles, intitulado ‘M.A.D.O.N.A’, dirigido por André Aragão, autor do projeto inspirado em Amós Lima Chagas, que pretende revelar a história de amor vivida entre um homossexual (Madona) e uma prostituta (Folosa). Além disso, trata da problemática da violência praticada contra homossexuais, originária de uma grave crise enfrentada em Sergipe, com base nos altos índices aqui registrados.
Já a obra ‘Para Leopoldina’, de Diane Veloso, aborda a solidão como estado inerente ao ser humano, traduzida de forma poética, com objetivo de explorar um paradoxo conceitual, quando uma das personagens tenta acabar com a solidão alheia, sendo ela um personagem solitário. O objetivo da obra é fazer com que o filme circule em festivais, exportando Sergipe no âmbito profissional, social, cultural e artístico, além de ser instrumento capaz de gerar reflexões sobre a solidão, o indivíduo e a solidariedade.
Documentário
Fruto de diálogos mantidos com ex-presos políticos e considerando os esforços mantidos pelos mesmos, bem como dos seus familiares e organizações da sociedade civil para evidenciar uma memória sobre as ditaduras militares no Brasil, surge o documentário ‘Operação Cajueiro, um carnaval de torturas’. A produção visa, além de homenagear perseguidos, demitidos, torturados e exilados, alertar a sociedade brasileira para que barbáries cometidas no período ditatorial não sejam repetidas e para dissipar a conivência com a criminalização dos movimentos sociais em qualquer período da história.
O documentário destaca, portanto, o Estado de Sergipe como parte desse cenário, tendo na ‘Operação Cajueiro’ uma das manifestações impositivas mais violentas, realizada com participação de militares que vieram da Bahia especialmente para acabar com qualquer tipo de reorganização do PCB em Sergipe.
O outro documentário aprovado no ‘Edital de Apoio a Produção de Obras Audiovisuais Digitais de Curta Metragem’ é ‘Morena de Olhos Pretos’, assinado pelo ator e roteirista Isaac Dourado. Com a produção, ele procura traçar uma trajetória sobre a história de Clemilda, cantora radicada em Sergipe, tida como uma das responsáveis pelo amadurecimento e reconhecimento do tradicional pé-de-serra nordestino em todo o Brasil, promovendo a reflexão sobre o que o seu legado representa para a cultura sergipana e brasileira na atualidade.
Investimento
Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, foram investidos, através do Edital, R$ 150 mil, sendo R$ 30 mil para cada curta metragem aprovado. “O momento de exibição dessas obras será, sem dúvidas, de grande alegria para os proponentes contemplados, as equipes de produção, estudantes de Audiovisual e toda a classe artística sergipana”, destacou Eloísa.
Fonte: Secult