Dia Internacional do Rock é comemorado neste sábado

Gênero agrega fãs de todas as gerações (Fotos: Arquivo Portal Infonet)

Comemorado na data 13 de julho, o Dia Internacional do Rock celebra um dos gêneros musicais mais aclamados em todo o mundo. Em Sergipe, o rock começou a ganhar força nos anos 1980, e desde então tem agregado bandas que enriquecem a cena com a introdução de novas correntes e estilos. Para os músicos, esta é a prova de que Sergipe não é apenas ‘o país do Forró’.

O músico Sílvio Campos, integrante da banda Karne Krua – uma das precursoras do rock no Estado -, afirma que a popularidade do rock se deve à sua capacidade de inovação. “É sempre válido o surgimento de bandas e todo tipo de movimentação, por que o rock tem que se recriar. É por isso que o estilo rompe décadas e mais décadas, e se mantém vivo. E para que haja essa recriação, as novas bandas tem que partir de uma referência, valorizando a raiz”, diz.

Para Sílvio, a cena do rock em Sergipe ainda é ligada a um público restrito. “No Brasil, o público tem uma tendência muito grande a considerar apenas o que está na mídia. Em Sergipe, como não existe nenhuma banda de rock na grande mídia, a maioria das pessoas acaba ignorando a cena do rock. Toco na Karne Krua há anos, e posso dizer que nossa música só não ‘estoura’ por que não é de massas”, relata.

Fábio Oliveira, baixista e vocalista da banda Snooze, afirma que a data marca a luta dos músicos pela continuidade do seu trabalho. “É muito amor pelo que fazemos, por que não dá para viver de música. É o que nos dá prazer, o nosso legado, por isso não tem como parar”, diz. O músico lembra ainda as dificuldades vividas pelas primeiras bandas do Estado.

Fábio Oliveira: luta pela continuidade

“Hoje, as bandas novas encontram um pouco mais de facilidade, por que a internet ajuda a divulgar e a possibilidade de produzir é bem maior. Mas quando a Karne Krua começou, no começo dos anos 1980, não tinha nenhum técnico na hora de gravar. A Snooze veio logo depois, em 1990, e as gravações tinham erros por que não dava para consertar, era tudo no esquema caseiro. E tem que ser assim, arregaçar as mangas e produzir uma música que se sobressaia”, expõe.

Atualidade

Igor Bacelar é guitarrista da banda Lêmures, que nasceu em 2011 e integra a nova geração do rock sergipano. Para o músico, a indústria musical está passando por um processo de transformação. “A cena do rock brasileiro está mais diluída em termos de visibilidade, pois os produtores estão mais focados em outras propostas, como o sertanejo, por exemplo. O brasileiro nunca teve uma cultura roqueira e a indústria musical foi muito importante para colocar esse tipo de música para a massa”, explica.

Na visão do guitarrista, o rock é um gênero marcado por uma ideologia própria, que deve ser mantida entre as novas gerações. “Eu acho que mundialmente a música do presente está sendo insistentemente influenciada pelo que foi produzido no passado. Parece até que os músicos de rock se esqueceram da essência do que é rock em termos ideológicos. A inovação é válida se ela tiver conteúdo, se ela abrir novos horizontes, se ela quebrar o status quo”, opina.

Igor Bacelar (esq.) ao lado de Josué Felipe Maia (meio) e Alysson Thierry, integrantes da Lêmures

Kleberson Souza, o “Binho”, é integrante da banda Fator RH e organizador do festival Rock Sertão, que acontece em Nossa Senhora da Glória e neste ano chega à sua 11ª edição. Binho  vê com bons olhos a profusão de novas bandas. “Tem adolescente que não era nem nascido na época do primeiro Rock Sertão, e hoje está aí, formando sua própria banda. Nós, que há muito tempo persistimos na cena do rock, muitas vezes nos desmotivamos pela falta de incentivo do poder público. E é essa galera nova que tem mais força para continuar batalhando e para disputar espaço”, ressalta.

Por Nayara Arêdes e Aldaci de Souza

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