Resultado de quatro anos de pesquisa, o documentário “Travestis da Rua da Frente”, da antropóloga Elayne Passos, já pode ser conferido pela população sergipana. O projeto buscou se aprofundar na vivência de algumas profissionais do sexo do centro de Aracaju. A ideia central do projeto era ofertar as transexuais um canal de comunicação para que elas mesmas pudessem ser protagonistas da própria história.
“A gente ouve muito falar sobre elas. Mas muitas vezes há informações distorcidas e preconceituosas a respeito”, conta Elayne Passos. Diante disso, a ideia do documentário surgiu como o meio necessário para que as travestis pudessem relatar as dificuldades que enfrentam desde muito cedo.
“Elas relataram que o preconceito começou ainda na infância, no período escolar. Por ter um comportamento mais afeminado, muitas delas tiveram que conviver com muitas situações de chacota”, afirma. Ainda segundo a pesquisadora, o preconceito também estava imerso no meio familiar. “Algumas delas foram expulsas de casa aos 13 anos de idade”, pontua.
Além do abandono da família, Elayne também ressalta o desprezo do mercado formal de trabalho. “A grande maioria não consegue emprego. A sociedade vê a exploração do corpo apenas como um elemento de prazer. E como se o corpo delas não servisse para o mercado de trabalho”, lamenta.
Ao todo a pesquisadora diz que ouviu mais de 30 mulheres e que desse total separou o depoimento de 5 entrevistas. “Muitas tinham vergonha de falar, de se expor de alguma maneira. Mas o relato delas é importante porque nos ajuda a ver uma realidade que é invisibilizada por muita gente”, salienta.
O documentário tem a direção de Elayne Passos, com apoio e produção de Díjna Torres, imagens de Pritty Reis e edição de Manoela Veloso.
por João Paulo Schneider
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