Emancipação de Sergipe é celebrada em São Cristóvão

(Fotos: Portal Infonet)

Resistência e autoestima foram os adjetivos utilizados pelo governador Marcelo Déda para definir o ‘milagre político’ da emancipação de Sergipe há 191 anos. A celebração do 8 de julho começou ainda a tarde no bonito entardecer da cidade de São Cristóvão, pioneira sergipana e a quarta cidade mais antiga do Brasil. Milhares de pessoas lotaram ao recém nomeado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a Praça São Francisco. Uma série de eventos caracterizou a comemoração hoje. Primeiro foi realizada a revista das tropas pelas autoridades presentes puxada pelo governador Marcelo Déda. Em seguida uma série de homenagens como a entrega de medalhas foi concedida aos colaboradores com a cultura do Estado.

O ponto alto da festa foi a entrega do diploma de título de Patrimônio Cultural da Humanidade à Praça São Francisco por parte da Ministra da Cultura Ana de Hollanda às mãos do governador do Estado que comemorou como um título de campeão no futebol. Um carimbo comemorativo será confeccionado pelos Correios em homenagem à data.
Grupos folclóricos, bandas filarmônicas e a Orquestra Sanfônica de Aracaju também fizeram parte das comemorações em São Cristóvão e representaram a diversidade cultural de Sergipe. Já em Aracaju, a Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) faz concerto no Teatro Tobias Barreto (TTB), às 20h30 desta sexta-feira.

Segundo o próprio governador, hoje acontece a celebração da trajetória de um povo. “Mais uma vez nos reunimos nessa praça para celebrar e festejar a trajetória do nosso povo na autonomia política. Há 191 anos, Sergipe emancipado é parte integrante da sociedade brasileira. Hoje celebramos o encontro de três povos que juntos fizeram uma só nação. São Cristóvão é o berço da civilização sergipana que por três vezes foi incendiada e invadida pelo navegador Maurício de Nassau e mesmo assim nos mantivemos aqui. Por isso qualifico as palavras resistência e autoestima como os milagres políticos que criaram o nosso Estado”, destaca.

Governador Marcelo Déda comemora o título de patrimônio da Unesco à Praça São Francisco

De acordo com o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Luis Fernando Almeida, a concessão do título pela Unesco à praça sergipana era algo difícil, mas não impossível.

“Há um ano e meio estive aqui e era muito difícil conseguir que a praça fosse patrimônio, mas o apoio do governador e principalmente do povo de Sergipe foi fundamental. Faziam 10 anos o Brasil não tinha nenhuma patrimônio cultural reconhecido pela Unesco. Essa é uma conquista que nos dignifica como brasileiros”, diz.

Para a Ministra da Cultura Ana de Holanda, a concessão do título à praça de São Cristóvão é um reconhecimento ao pioneirismo da cidade.

“Hoje é um dia de comemoração, já que oficialmente a Praça São Francisco passa a ser patrimônio cultural e histórico do mundo, reconhecido pela Unesco. Só tivemos de fato duas cidades no Brasil Salvador e Olinda à época da criação de São Cristóvão. Em 1590, o território de Sergipe foi incorporado ao território do Brasil e São Cristóvão é a quarta cidade mais antiga do país. Assim como São Paulo faz parte do processo de interiorização à época”, conta.

Ministra da Cultura entrega título às mão do governador Déda

Título

A decisão de Patrimônio da Humanidade dado à Praça São Francisco foi anunciada no dia 1º de agosto de 2010, em Brasília, onde se reuniu o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O título tão esperado foi amplamente defendido pelo então Ministro da Cultura e presidente do Comitê de Patrimônio da UNESCO, Juca Ferreira, durante sua visita a Sergipe, no mês de junho.

Localizada na parte alta no município, a Praça, que tem mais de 400 anos, abriga grandes construções dos séculos XVI e XVII. Entre elas, o Convento e a Igreja de São Francisco, o Museu de Arte Sacra (antiga Capela da Ordem Terceira), a Santa Casa, a Igreja de Misericórdia e o Palácio Provincial, além de casarios antigos. Vale lembrar, que também está localizado na Praça São Francisco, o Museu Histórico de Sergipe, que recentemente completou 50 anos de existência e conta, através do seu acervo, grande parte da história do povo sergipano.

A candidatura, que surgiu em 2007 alegrou, na época, todos os sergipanos que se uniram a fim da aprovação do título. Poder público e sociedade civil formaram uma grande corrente e desde então somaram esforços para que a chancela se tornasse realidade.

Por Bruno Antunes com informações da Secult

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