Ao prepararmos essa entrevista, nossa maior preocupação era deixar claro para o leitor que ele não estava lendo uma matéria paga, como é muito comum em alguns jornais e revistas. Foi fácil! Quem ler verá que o principal enfoque dessa entrevista é do homem AAe não do empresário, mesmo quando ele fala que o Espaço Cultural Yázigi ajuda a imacular a imagem de sua empresa, vemos claramente que sua visão empresarial vai muito além da estratégia de marketing e sim de um empresário que compreende perfeitamente que seus compromissos com a sociedade são tão importantes quanto os seus ganhos. Sergipe Cultural – Como surgiu a idéia do Espaço Cultural Yázigi ? Antelmo Almeida – Na realidade a rede Yázigi já tem a filisofia de criar espaços culturais em suas escolas e a gente resolveu fazer aqui em Aracaju, pela falta de espaços com estrutura adequada, para os artistas sergipanos mostrarem o seu trabalho. SC – Mas vocês são a única escola da rede Yázigi-Internexus que tem um espaço cultural que absorve teatro, música dança e artes plásticas. AA – É verdade, nas outras escolas da rede Yázigi-Internexus eles não têm um espaço construido para isso, nelas funcionam corredores culturais ou salas de aula com exposições de artistas contemporâneos. Nós ampliamos construindo esse espaço que comporta um teatro, cinema e uma galeria de artes, contemplando tanto os artistas novos quanto os de renome, sejam sergipanos ou de fora também. SC – E como o Espaço Cultural Yázigi interage com os alunos da escola ? AA – Todos os eventos no espaço a gente liga, pedagogicamente falando, aos nossos alunos. A exemplo disso temos as visitas guiadas à galeria onde os alunos, independente do nível, visitam as exposições acompanhados pelos artistas, os quais respondem os questionamentos feitos, normalmente em português, apesar de já ter acontecido desse diálogo aluno/artista ter acontecido em inglês; como no caso de Adalto Machado, que também é nosso aluno, e fez sua visita guiada toda em inglês.No retorno à sala de aula acontece um debate sobre o que eles ouviram e viram ou eles vão escrever alguma coisa também sobre o que eles ouviram, viram e questionaram. Da mesma forma no teatro, que além dos alunos irem assistir aos espetáculos que acontecem, nós temos os projetos finais onde o aluno faz uma peça teatral em inglês. SC – Então a filosofia de vocês vai além de ensinar inglês aos seus alunos ? AA – Nosso slogan era “Você Cidadão do Mundo”, o slogan mudou mas a filosofia continua. Nós somos uma escola, não um cursinho, e os nossos professores são educadores, pois nós estamos formando as pessoas que estudam conosco, através da língua inglesa, para a vida deles, então esse lado da cultura é importante para que as pessoas ampliem seus conhecimentos de mundo através das artes. SC – Então o teatro do Espaço Cultural veio para dar suporte aos projetos finais ? AA – Não necessariamente, porque eles não precisariam, poderiam fazer outro tipo de projeto, um vídeo por exemplo. Já que nós construimos o teatro, então utilizamos esse espaço, que foi criado para ser mais uma opção para os artistas sergipanos se apresentarem, também para os eventos da escola. SC – A sua equipe é formada por pessoas que além do compromisso de serem educadores, têm presente uma formação artística muito forte.E vc como surgiu esse interesse em apoiar a cultura em Sergipe? AA – Foi quando eu entrei para Rede Yázigi e comecei a ter contato com essa filosofía e via as outras escolas fazendo isso de forma tímida. Então me motivei a realizar um sonho antigo, que era montar um “Movie Circle”, ou um “Movie Theatre” ou seja uma sala de cinema. Conversando com Denis Leão ele disse que o melhor seria fazer um teatro de oitenta a cem lugares, pois seria o ideal para os espetáculos sergipanos que são carentes de público. SC – Então você concorda que a sociedade sergipana precisa prestigiar mais os seus artistas ? AA – Com certeza. É preciso que o sergipano desperte essa idéia de que ele precisa prestigiar os grupos locais. Porque realmente não prestigia, pois vem um espetáculo com o Thiago Lacerda ou outro ator global e o Atheneu fica lotado e às vezes o espetáculo não diz nada, enquanto uma da nossa terra pode ser excelente, onde podemos extrair muitas lições e o público de uma maneira geral não prestigia. SC – Uma das maiores dificuldades que a cultura vem encontrando nas últimas décadas é conquistar o setor empresarial para investir nessa área. O Yázigi por outro lado é um empreendimento empresarial de sucesso. O que motiva um empresário como você a custear um projeto tão caro? AA – Apesar de ter sido um investimento alto, faz parte da nossa filosofia utilizar várias expressões artísticas na formação dos nossos alunos. Nossa lucratividade não está ligada ao retorno financeiro que o espaço possa dar a médio prazo, mas acrescentar ao nosso status de maior escola de idiomas de Aracaju o da empresa que se preocupa com a formação da nossa sociedade. SC – E não deu medo fazer um investimento tão alto em uma cidade que ainda é tímida em frequentar lugares culturais? AA – Não! Porque o objetivo principal não foi ter um retorno financeiro e sim abrir mais um espaço para que o artista pudesse apresentar seu trabalho.E mesmo que isso não desse certo, nós teriamos um espaço para nossos alunos fazerem e apresentarem seus trabalhos. SC – Mas está dando muito certo. Agora, mesmo você se colocando apenas como um empresário que realizou esse empreendimento, você está sempre presente nas apresentações, nos ensaios, enfim, em toda essa ebulição que costuma ser um lugar que é provedor de arte e cultura. O que houve? Tomou gosto pela coisa? AA – Claro! O prazer de estar proporcionando a uma classe tantas coisas boas, só isso vale o investimento. E também nós temos ouvido comentários das pessoas em geral elogiando o espaço e isso nos deixa orgulhosos e eu acabei tomando gosto pela coisa.
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