Entrevista com Bruno Gagliasso: “cresci 30 anos em três”

Um garoto de 14 anos começa a fazer teatro e um belo dia tem que montar uma peça do grupo. O problema é que sua peça é em outro Estado e ele não tem dinheiro para chegar até lá. Uma prima, vendo a situação, decide ajuda-lo e providencia a passagem.

 

Se não fosse por essa prima, hoje, talvez o personagem Júnior, de América, não tivesse alcançado a expressividade que atingiu, graças à atuação de Bruno Gagliasso. Carioca, o ator quase viu sua chance de investir na carreira desaparecer quando teve que ir até São Paulo encenar um espetáculo.

 

Depois disso, ele foi mais longe: chegou à Argentina e gravou “Chiquititas”. No Brasil, foi convidado pela Rede Globo para gravar “As filhas da mãe” e “Celebridades”. Sua última novela, “América”, rendeu uma polêmica que dura até agora, quase uma semana depois do término da trama de Glória Perez.

 

Sobre o beijo que não foi ao ar, Buno tenta desconversar: “hum… pra saber sobre isso, é melhor você ler a entrevista que eu dei à Folha”. No rosto, a decepção do artista que vê sua obra de arte escondida no fundo da galeria.

 

Quem espera ver um playboy cheio de chiliques, se depara com uma pessoa simples, prestativa e sorridente. E o melhor de tudo é que é possível saber mais sobre ele lendo a entrevista que o ator concedeu com exclusividade ao Portal InfoNet enquanto esteve em Aracaju, na noite de hoje, para participar de um desfile beneficente.

 

PORTAL INFONET – Com 23 anos, você conseguiu um papel secundário que cresceu tanto dentro da trama de uma novela das oito que ganhou destaque nacional. O que você faz para conquistar esse reconhecimento?

Bruno Gagliasso – Me sinto privilegiado, pois o Júnior foi um presente que veio logo depois do Inácio, em “Celebridades”. Eu busco elementos novos, sou ator e por isso tenho que construir meus personagens da melhor maneira possível. Além disso, tenho que estar sempre propondo, levando elementos para dentro do estúdio.

 

O beijo que poderia ter sido e não foi

 

Sim, o beijo aconteceu, afirma Bruno Gagliasso. “Várias formas (do beijo) foram estudadas, do ponto de vista técnico de enquadramento, luz, movimento de câmera”, explica o ator à Folha Dirigida. Amor e elegância seriam os sentimentos que a cena deveria transmitir, mas Gagliasso só percebeu que esta não iria ao ar no dia em que o último capítulo foi exibido. Alguns dizem que nesse momento ele chorou… Talvez tenha sido Júnior quem chorou, por ver que ainda não seria daquela vez.

 

Para os curiosos, o primeiro beijo gay da TV brasileira foi entre dois garotos, em agosto de 2001, na MTV. Na época, a emissora apresentou o “Fica Comigo Gay”, programa apresentado por Fernanda Lima. O programa não era ficção e os garotos eram, realmente, homossexuais.

 

 

INFONET – Em uma entrevista à TPM, você disse que odeia preconceitos. Você já foi vítima de algum?

BG – Claro, sim, já fui vítima de vários. O ser humano é preconceituoso e vítima desse preconceito, por natureza. Quem diz que nunca teve nenhum está mentindo. O que eu acho é que cabe a nós, quebrarmos esses preconceitos. A minha entrada na televisão, por exemplo, foi cercada deles.

 

INFONET – Quando você estava gravando “Chiquititas”, teve que ir morar na Argentina com apenas 17 anos. O que você pôde extrair dessa viagem?

BG – Aprendi a respeitar o ser humano e a ver que o mundo é muito maior que o Rio de Janeiro. Acabei tendo que me virar sozinho, que me adaptar a outra cultura, à outra língua.

 

 

Cartas ao ator

 

Bruno Gagliasso ainda não é alegria dos Correios, mas se depender dos fãs, será. Para se comunicar com o ator, o jeito mesmo é mandar cartas para a Rede Globo. Lá, a correspondência é repassada para os respectivos donos. Vale anotar o endereço para enviar cartas para outros globais: basta trocar o nome de “Bruno Gagliasso”, no envelope, pelo do outro freguês. Muito simples.

 

Rua Lopes Quintas, nº 303 – Bairro Jardim Botânico – Rio de Janeiro / RJ
CEP: 22460-010. Apoio ao Elenco – TV Globo (colocar o nome do ator ou da atriz no envelope)!

 

 

INFONET – Com 14 anos você começou a estudar teatro e aos 17, já estava fora do Brasil. Você acha que cresceu rápido demais?

BG – Sim (risos), acho que cresci rápido sim, mas não me arrependo de nada. Diria que cresci imensamente com essas experiências: é como eu falo, vivi 30 anos em três.

 

INFONET – Rita Lee tem uma música chamada Pagu, que diz assim: “Nem toda feiticeira é corcunda / Nem toda brasileira é bunda”. Você acha que às vezes é estereotipado pelo público?

BG – Ah, com certeza. É aquilo o que a gente estava falando no começo, sobre preconceito. Percebi que a melhor forma de quebrar esses rótulos é trabalhando.

 

INFONET – O que você leva de si mesmo para os seus personagens?

BG – Ah, eu gosto de homenagear atores como Paul Newman, Marlon Brando e James Dean. Eu gosto muito de filmes antigos, quer dizer, de filmes bons, e boa parte desses filmes são muito bons.

 

Por Wilame Amorim Lima

Da Redação do Portal InfoNet

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