Entrevista com José Pedro de Oliveira

Atualmente se fala muito na necessidade de um investimento mais sério em relação ao turismo em Sergipe. Nós do Sergipe Cultural acreditamos que como em outros lugares a cultura, a arte e a tradição junto as belezas naturais são um grande instrumento para atrair o turismo para terras sergipanas. Procuramos então o senhor José Pedro de Oliveira Presidente da Empresa Sergipana de Turismo (Ensetur), para sabermos como andam os projetos de incentivo ao turismo sergipano. SC – Quais atrativos Sergipe tem a oferecer, hoje, ao turista ? JP – O estado de Sergipe tem grandes diferenciais, além das praias, apesar de serem desconhecidos, por não terem tido uma divulgação constante a nível de Brasil e a nível internacional até hoje. Aqui em Sergipe nós temos cinco fozes de rios, somos um estado entrecortado por rios e passa a ser prioridade na nossa administração o turismo ecológico criando uma infra-estrutura para estes tipos de roteiros; temos como exemplo um passeio até Estância, no litoral sul, para visitar a Praia do Saco, que faz margem com Mangue Seco, já nacionalmente conhecido por causa da novela Tieta, temos no litoral norte, Pirambú, Pacatuba e a região do Cabeço, explorada por Alagoas, onde é vendido um passeio de escuna em Maceió que vai até o Cabeço, fazendo o turista acreditar que aquela região faz parte de Alagoas, quando na realidade é Sergipe. E a nossa administração vai incrementar a parte náutica, aproveitando essa nova forma de se fazer turismo. SC – E no lado cultural? JP – No lado cultural, o governo do estado junto com os municípios, principalmente Laranjeiras e São Cristóvão, têm como prioridade, resgatar, reformar e revitalizar o acervo histórico. São Cristóvão é a quarta cidade mais antiga do Brasil e isso é pouco divulgado no país e no exterior, temos o terceiro maior museu de arte sacra do país e isso para o turismo religioso é muito importante, temos também festas religiosas no interior, enfim, Sergipe tem muito a mostrar para o turista e isso tem que ser divulgado. Sergipe é um pequeno estado, mas com um potencial muito grande para o turismo. SC – Quando se fala em turismo no Nordeste fica difícil não se falar em praias, e em Sergipe parece haver uma certa resistência em divulgar a potencialidade das nossas praias. Como a EMSETUR lida com isso? JP – Talvez falte ao sergipano melhorar a sua alto estima porque ele é quem menos presa sua praia; por achar que pela coloração da água temos uma praia menos visitável em comparação com Maceió e Salvador, que tem uma coloração mais azulada; e eu descordo totalmente disso, porque temos uma faixa de areia muito maior que as demais, temos uma baixa profundidade que à torna menos perigosa, não sofremos ataques de animais marinhos, a temperatura da água é amena, enfim, temos uma praia ótima para receber o turista. SC – Então o turismo em Sergipe deve crescer bastante nos próximos anos? JP – Com certeza! Agora o turismo em Sergipe passa a ser trabalhado de uma forma profissional. De acordo com o governador Albano Franco, o turismo agora é a bandeira para levantar a economia do nosso estado. SC – E que investimentos estão sendo feitos para que isso aconteça? JP – Estamos iniciando um programa de infra estrutura e sub-prefeituras que é o Prodetur na sua fase dois, já que a primeira fase já foi concluída, onde se vai trabalhar principalmente o marketing institucional. Em Xingó, que faz divisa com Alagoas, onde nós temos a hidrelétrica, se está idealizando transformar o hotel daquela região em um Hotel Escola, algo como uma Universidade de Entretenimento e Lazer. O governador gostou muito da idéia da Universidade, que apesar de ainda ser um projeto que está em fase de estudos, será muito importante para o ecoturismo, o entretenimento e o lazer. SC – O PRODETUR, é um projeto de turismo? JP – Sim é um projeto de desenvolvimento do turismo que foi idealizado no Nordeste e está sendo copiado para o centro-oeste e sul do país, onde os recursos são financiados pelo BIRD (Banco Inter Americano de Desenvolvimento) e os estados têm uma contrapartida de 40% dos valores dos financiamentos. É uma parceria que viabiliza essas ações. O que se priorizou no PRODETUR 1 foram ações de infra-estrutura: melhorar o sistema de água, estradas, aeroportos, para você realmente dar condições de receber o turista e agora; vamos para ações de super-estrutura melhorando o que já existe, implementando novas ações de infra-estrutura, mas principalmente divulgando e trazendo efetivamente o turista para ver o que foi implementado em Sergipe. SC – Sergipe, por ser um estado pequeno, facilita a montagem de uma estrutura para o turismo? JP – Isso é uma vantagem que nós temos, pois o turista que se hospeda em um hotel em Aracaju pode conhecer o estado todo em dois, três dias. Poucos estados tem esse privilégio para oferecer ao turista: todo o conhecimento do estado em apenas dois dias. SC – Mas o maior fluxo de turistas aqui em Sergipe ainda fica por conta do Pré – Caju e os festejos juninos, não seria o caso então de investir mais em outros eventos que têm uma divulgação mais tímida? JP – Claro! O Marketing Institucional é a mola mestre do nosso trabalho, isso em todos os seguimentos. Na questão de eventos nós podemos dizer que Sergipe é um estado com poucos eventos. Temos o Pré – Caju que lota todos hotéis, casas particulares são alugadas e o São João que com certeza tem a melhor estrutura para receber o turista no Brasil. SC – E outros eventos como “O Lambe Sujo”, “Festa do Mastro”, que inclusive recebem a visita de cientistas, antropólogos, diretores de teatro e cinema do mundo inteiro e são pouco divulgados? JP – Nós temos uma grande preocupação em atrair o turista para esses eventos também e estamos engajados junto com o empresariado local e o SEBRAE na conclusão da instalação do primeiro Convention Bureau de Aracaju, que é um escritório de negócios, como existe em outras cidades, para capitar eventos de qualquer natureza, sejam eles religiosos, esportivos, culturais ou de negócios e com isso se quebre essa sazonalidade de alta e baixa estação, para que tenhamos o turista o ano todo em Sergipe. SC – E o que são os Pacotes Conjugados? JP – Nós estamos fazendo parcerias com a Bahia e Alagoas para serem vendidos pacotes conjugados, então o turista que iria passar dez dias na Bahia ou em Alagoas, tem a opção de ficar sete dias nesses estados e três aqui em Sergipe. Nós temos que trabalhar com o turista que está cansado dos destinos já saturados no Nordeste e fazer com que ele tenha uma grata surpresa com nosso estado.

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