Feira de Sergipe também abre espaço para renda de bilro

Renda surgiu no século XV (Fotos: Ascom Sebrae)

Um tipo de artesanato secular, que por muito pouco não foi extinto, também marca presença na Feira de Sergipe. É a renda de bilro, uma técnica que consiste na movimentação de pequenos pinos (os bilros) da esquerda para direita e em sentido contrário. Os pontos vão sendo marcados com agulhas sobre um pedaço de papel, determinando o formato da peça.

A renda surgiu no século XV, embora não haja consenso em relação ao seu país de origem já que Bélgica, França e Itália duelam por sua paternidade. Anos depois os produtos chegaram a Portugal, e por volta do século XVIII desembarcaram no sertão sergipano. Segundo historiadores, a prática foi disseminada na região pelas esposas dos portugueses junto às escravas, com o intuito de ensiná-las a confeccionar enxovais e roupas para casamentos e batizados. Estas, por sua vez, foram as responsáveis por repassar o aprendizado às outras moradoras.

Sebrae começou a desenvolver projeto para disseminar prática em 2005

Em Sergipe, a renda de bilro foi bastante difundida na época do cangaço, no município de Poço Redondo, pelas mulheres que viviam às margens do rio São Francisco. Com a chegada de Lampião e seu bando, as famílias foram deslocadas para o centro, contribuindo para a divulgação da arte.

No entanto, a falta de interessados em aprender o ofício e a resistência das senhoras a ensinar a arte permitiram que ao longo do tempo as técnicas fossem dominadas apenas por um grupo restrito de pessoas, o que sinalizava a extinção da atividade. Em 2005, o Sebrae começou a desenvolver um projeto junto às artesãs e ajudou a disseminar a prática. Hoje, além de Poço Redondo, apenas o município de Nossa Senhora do Socorro possui pessoas dedicadas a este tipo de renda.

No estande do Sebrae montado na área central da Feira, estão expostas peças produzidas pela Associação dos Artesãos do Município de Poço Redondo. São tiras, presilhas, diademas e panos confeccionados com toda a dedicação pelas rendeiras. Os visitantes que desejam conhecer o processo de elaboração das peças, também podem acompanhar o trabalho de Domingas Santos, uma das artesãs que mais domina a técnica.

A sergipana Maria José dos Santos não conhecia as peças e ficou impressionada com o trabalho desenvolvido pelas artesãs. “É preciso valorizar essa tradição porque ela é capaz de produzir coisas muito belas. Vou divulgá-la, pois as pessoas precisam conhecer melhor a nossa riqueza”.

Fonte: Ascom Sebrae

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