Neste domingo, 13, o município de Laranjeiras, se transforma mais uma vez no palco de uma das mais tradicionais manifestações populares do estado: a festa dos Lambe-Sujos e Caboclinhos. O evento atrai visitantes todos os anos, celebra a rica diversidade da cidade e remonta com encenações à luta pela liberdade dos negros no período escravocrata.
Programação
A programação começa ainda na madrugada do domingo, 13, com uma alvorada festiva, quando os sons dos tambores e percussões percorrem as ruas da cidade, anunciando a chegada do grande dia. Às 9h, os grupos culturais receberão a tradicional bênção do padre em frente à Igreja Matriz, simbolizando o início das celebrações. A encenação folclórica é um espetáculo à parte, com momentos esperados pelo público como o combate no campo do Quaresma, previsto para acontecer às 16h.
Tradição misturada à tinta na pele
Comemorada sempre no segundo domingo de outubro, a festa dos Lambe-Sujos e Caboclinhos tem origem no século XIX, sendo uma representação simbólica do conflito entre os negros escravizados que fugiam em busca de liberdade e os indígenas que defendiam suas terras. Os Lambe-Sujos se pintam de preto, utilizando uma mistura de melaço de cana e tinta, e vestem shorts vermelhos e gorros; enquanto os Caboclinhos, caracterizados como índios, pintam-se de vermelho e usam adereços tradicionais.
Com personagens como reis, rainhas, caciques e feitores, o evento simboliza a união de dois povos que lutaram contra a opressão. À frente do grupo dos Lambe-Sujos há 39 anos está o mestre Zé Rolinha, que desde criança participa da festa. Além de liderar o grupo, ele também é responsável pela feijoada oferecida aos participantes, feita com os recursos arrecadados na “esmola” do sábado que antecede o evento.
por João Paulo Schneider
*Com informações do Governo de Sergipe
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